Andressa – Marina, minha irmã, eu queria tanto que você estivesse vem, para a gente conversar, eu preciso tanto de alguém que me apoie.
Andressa segurou a mão da irmã que também a apertou e abriu os olhos.
Andressa – Marina? Você abriu… você… abriu os olhos!
Andressa soltou um riso espontâneo de felicidade, não podia acreditar. Jurava até ter visto um sorriso nos lábios da irmã.
Andressa – Doutor, doutor!
Uma enfermeira entrou no quarto.
Enfermeira – O que houve?
Andressa – Ela acordou, minha irmã acordou! Veja, seus olhos estão abertos.
Enfermeira – Não saia daqui, eu vou chamar o médico.
Poucos instantes depois um médico chegou.
Doutor – Com licença.
Ele se aproximou e começou a fazer uma série de check-ups para localizar os sinais vitais.
Doutor – Me desculpe, mas agora teremos que submetê-la a mais exames, porém ela está ótima.
Thiago estava passou por uma série de exames até que foi encaminhado para um quarto, o de número 305.
Doutor – Infelizmente você lesionou alguns ossos da perna e precisamos engesssar, no momento você precisa descansar e talvez receba alta depois de amanhã.
Thiago – Ainda? Minha família já chegou?
Doutor – Eu não sei, isso é com a recepção. Mas agora precisa descansar ao máximo.
Thiago – Eu preciso ver minha mulher e meu filho.
Doutor – Não se preocupe. Assim que puder receber visitas eles virão.
Clarisse e Marcelo foram para uma lanchonete umas ruas atrás do hospital e pediram uns sucos.
Clarisse – Desembucha.
Marcelo – Olha, primeiramente eu não tive culpa. O sinal estava aberto quando o seu marido atravessou a faixa e foi de encontro ao meu carro.
Clarisse – Impossível. Meu marido é a pessoa mais atenciosa que eu já conheci.
Marcelo – Até as pessoas mais atenciosas se distraem, sabia?
Clarisse – Não acredito que você me fez caminhar tudo isso para me dizer isso.
Marcelo – Não foi só para isso.
Clarisse – Então foi para quê?
Marcelo – Eu te achei uma gracinha.
Clarisse – Vai-te catar.
Marcelo levantou da cadeira e deu um beijo em Clarisse, que retribuiu o gesto.
Em João Pessoa, no apartamento de Clarisse, Milton acabara de acordar e percebera que não havia ninguém em casa.
Milton – Não tem ninguém nessa casa.
Alcione – Seu Thiago viajou, diz que foi para Foz do Iguaçu e a dona Clarisse sumiu com a dona Carolina e o Otávio.
Milton – Então estamos sozinhos em casa?
Alcione – Sim, por quê?
Milton – Sabia que eu sempre te achei muito gostosa?
Alcione – Saia de perto de mim, seu velho sem vergonha.
Milton – Se faz de difícil que eu gosto mais.
Alcione – Pare, me largue.
Milton – Vem cá vem.
E ele agarrou a empregada forçadamente, mas acabou encostando-se a uma das panelas quentes do fogão.
No plano celestial, Pedro e Miguel estavam voltando para a área hospitalar.
Pedro – Miguel, eu vou ficar aqui até quando?
Miguel – Até você ficar totalmente recuperado.
Pedro – Isso quer dizer, quando?
Miguel – Não tenho certeza.
Pedro – E quando sair? Para onde vou?
Miguel – Eu estou pensando em um lugar, mas não é nada certo.
Pedro – Por que não posso reencarnar logo?
Miguel – Tudo ao seu tempo. Você só poderá reencarnar quando atingir o grau espiritual correto.
Pedro – Tudo ao seu tempo… é tudo que ouço aqui.
Creusa saíra sem rumo pelas ruas de Recife, o que as pessoas diriam quando descobrissem que sua filha era uma sem vergonha.
Creusa – A minha filha não! É MENTIRA, CALUNIA!
Ela estava atravessando a rua, atrapalhando o trânsito. Um carro quase que a atropela, o motorista freara bem em cima da hora.
Motorista – Sai daí, sua louca!
Creusa – Não, minha filha não é uma vagabunda.
Clarisse se entregara totalmente ao beijo. Marcelo logo percebera.
Clarisse – Eu não… eu não… quis.
Marcelo – Ninguém quis, foi espontâneo.
Clarisse – Não seja cínico, é óbvio que você quis isso.
Marcelo – Então por que você se entregou?
Clarisse – Eu não quis.
Marcelo – Falou certo, por que agora você quer fazer coisa melhor.
Ele se aproximou do rosto dela, afastou uma mecha para trás da orelha e a beijou novamente.
Clarisse – Não faz assim, eu sou casada.
Marcelo – Vamos para um lugar mais reservado.
E beijou-a novamente.
Clarisse – Vamos, vamos, vamos!