Otávio foi atrás de Paulo e o encontrou em cima de uma árvore na qual ele costumava brincar.
Otávio – Desce daí, Paulo!
Paulo – Pra quê? Pra você zombar da minha cara? Me dizer que ela gosta mais de você do que de mim?
Otávio – Não, eu nunca faria isso.
Paulo – Então tá bem.
Paulo desceu da árvore e olhou para Otávio por um instante.
Paulo – O que você quer afinal?
Otávio – Ser seu amigo.
Paulo – Corta essa, eu sempre zombei de ti, te coloquei pra baixo, por que você iria quer ser meu amigo?
Otávio – Eu não gosto de ter inimigos. Prefiro os amigos. Quer saber? Eu te perdoo.
Paulo – Eu não acredito.
Otávio – Me dá um abraço?
Paulo foi até Otávio e deu um abraço nele.
Clarisse, Giovana e Daniel discutiam na diretoria o destino de Paulo naquela escola quando a porta se abriu e Marina, Maysa, Paulo e Otávio entraram.
Diretoria – Nós ainda não chegamos a um acordo? Por que vieram?
Marina – Otávio e o Paulo, eles tem algo a dizer.
Diretora – Vamos, desembuchem.
Otávio – Eu não quero que o Paulo saia da escola.
Clarisse – Como assim filho, ele te desrespeitou.
Paulo – Mas eu pedi desculpas a ele.
Otávio – E eu o perdoei.
Maysa – Agora somos todos amigos.
Daniel – Estão vendo? Eles mesmos se resolveram, não haverá imposição.
Diretora – Bem… eu acho que vocês devem quer conversar com seus filhos e eu gostaria de falar com esta senhorita, Marina.
Todos concordaram, desocuparam o espaço e deixaram apenas Marina e a Diretora no cômodo.
Giovana levou Maysa para um corredor e começou a repreendê-la.
Giovana – Recreio?
Maysa – Mãe, ele que veio me procurar.
Giovana – Mas eu não quero saber. Já disse que não existe amizade entre homem e mulher eles sempre têm um interesse a mais. Quando estiver da minha idade você vai entender…
Maysa – Mãe, eu só tenho nove anos, eu não namoro, eu não beijo, eu não faço nada que a senhora faz. E enquanto eu gostar da companhia dele eu vou continuar conversando e sendo amiga dele.
Giovana – Vejam só, a filha se rebelou. Quer saber? Eu vou cortar o mau pela raiz.
Maysa – O que a senhora vai fazer?
Giovana – Vou te tirar da escola.
Escola Machado de Assis/ Diretoria – Marina conversava com a Diretora
Diretora – Eu queria saber como você conseguiu que eles fizessem as pazes.
Marina – Eu conversei com eles, perguntei como o problema começou e o Otávio decidiu que queria ser amigo dele.
Diretora – Você trabalha em alguma área da educação?
Marina – Sim, eu sou professora afastada.
Diretora – Afastada?
Marina – Sim, eu sofri um acidente há dois meses e pedi afastamento para me recuperar.
Diretora – Então, já que você está afastada, o que acha que lecionar nesta escola próximo ano?
Marina – A senhora tá falando sério? É tudo que eu mais quero.
Diretora – Eu e todos da escola Machado de Assis a receberemos de braços abertos.
Clarisse e Otávio conversavam no pátio.
Clarisse – Por que você decidiu ser amiguinho de alguém que tanto te fez mal, Tavinho?
Otávio – Ele me disse por que não gostava de mim e eu percebi que não tinha culpa.
Clarisse – E por que ele implicava contigo?
Otávio – Ele também gosta da Maysa.
Clarisse – E ela gosta de qual dos dois?
Otávio – Eu não sei, nunca perguntei.
Clarisse – Vamos pra casa então, lá eu vou dar um passeio com a tia Marina e à noite eu, ela e seu pai vamos sair pra jantar e te contar uma coisa muito importante.
Otávio – Por que vocês não dizem logo?
Clarisse – Surpresa.
Enquanto caminhavam pelo pátio, eles avistaram Marina indo ao seu encontro.
Clarisse – O que ela queria conversar contigo?
Marina – Me oferecer um emprego nesta escola!
Clarisse – Parabéns, que coisa boa!
João Pessoa / Casa de Clarisse
Marina, Clarisse e Otávio chegaram ao apartamento que era de Thiago.
Carolina – Clarisse, já chegou?
Clarisse – Sim, vim deixar o Tavinho aqui.
Carolina – Não vai me apresentar sua amiga?
Clarisse – Ah, claro, essa Marina. Marina, Carolina. Carolina, Marina.
Marina – Prazer em conhecê-la.
Carolina – O prazer é todo meu.
Clarisse – Carol, eu tava pensando da gente ir almoçar fora, cadê o Rodrigo?
Carolina – Saiu cedo, disse que ia tomar café e ainda não voltou. Sabe como é o nosso irmão, já deve ter arranjado um rabo de saia.
Clarisse (Entre risos) – Deve ser, mas agora vamos almoçar que eu to brocada de fome.
João Pessoa / Restaurante Lampião
Clarisse, Carolina, Marina e Otávio já estavam no final do jantar.
Clarisse – Você nem vai acreditar no que aconteceu com o Tavinho hoje, na escola.
Carolina – O quê? Meu sobrinho preferido andou aprontando alguma?
Clarisse – Você nem imagina, mas eu não vou estragar a história dele. Eu vou ao cinema com a Marina e depois nós vamos ao Clube tomar um sol de fim de tarde, por que vocês não fazem alguma coisa bem divertida enquanto o Tavinho conta a história?
Carolina – Claro. Você topa, Tavinho?
Otávio – Fechado!
O sol começava a se pôr – Pessoas voltavam do trabalho para suas, outras ainda iam trabalhar – Clarisse e Marina estavam no Clube da Sociedade se preparando para voltar para casa.
Marina – Anoiteceu, é melhor irmos logo antes de pegar uma hipotermia.
Clarisse – Essa água tá tão linda, né?
Marina – Tá mesmo.
Clarisse – Sabe o que a minha esteticista disse?
Marina (DESENTERESSADA) – Diz…
Clarisse – Que banho de piscina à noite relaxa os nervos do corpo.
Marina – Legal.
Clarisse – Vamos dar um mergulho?
Marina – Ah, não sei.
Clarisse – Vai, por favor, esse negócio de separação, briga do Tavinho, meu pai numa casa geriátrica tão me deixando nervosa.
Marina – Tá bem.
As duas se despiram e mergulharam nas águas geladas da piscinas.
Clarisse – A água tá deliciosa.
Marina – E gelada.
Clarisse – Vou nadar até o outro estremo, vem comigo?
Marina – Claro.
Clarisse e Marina nadaram lado a lado. Exatamente na metade da piscina, a parte mais funda e onde os pés delas não tocavam mais no chão, Clarisse se segurou nos ombros de Marina.
Clarisse (MENTINDO) – Ai, to com câimbra, me ajuda.
Marina – EU NÃO TO AGUENTANDO SEU PESO. SOLTA MEU OMBRO E EU TE AJUDO MELHOR.
Clarisse começou a rir e afundou a cabeça de Marina na água.
Clarisse – Você já era, Marina. Se apaixonou pelo homem errado.
Recife – Casa de Creusa
Creusa estava cozinhando um espaguete quando uma chama tomou conta da panela inteira e logo cessou.
Creusa – Jesus, Maria e José, protejam minha família. [Ela disse fazendo o sinal da cruz]
Essa é a última semana?
é… infelizmente