Caminhos Singelos | Capítulo 32

Otávio foi atrás de Paulo e o encontrou em cima de uma árvore na qual ele costumava brincar.

Otávio – Desce daí, Paulo!

Paulo – Pra quê? Pra você zombar da minha cara? Me dizer que ela gosta mais de você do que de mim?

Otávio – Não, eu nunca faria isso.

Paulo – Então tá bem.

Paulo desceu da árvore e olhou para Otávio por um instante.

Paulo – O que você quer afinal?

Otávio – Ser seu amigo.

Paulo – Corta essa, eu sempre zombei de ti, te coloquei pra baixo, por que você iria quer ser meu amigo?

Otávio – Eu não gosto de ter inimigos. Prefiro os amigos. Quer saber? Eu te perdoo.

Paulo – Eu não acredito.

Otávio – Me dá um abraço?

Paulo foi até Otávio e deu um abraço nele.

 

Clarisse, Giovana e Daniel discutiam na diretoria o destino de Paulo naquela escola quando a porta se abriu e Marina, Maysa, Paulo e Otávio entraram.

Diretoria – Nós ainda não chegamos a um acordo? Por que vieram?

Marina – Otávio e o Paulo, eles tem algo a dizer.

Diretora – Vamos, desembuchem.

Otávio – Eu não quero que o Paulo saia da escola.

Clarisse – Como assim filho, ele te desrespeitou.

Paulo – Mas eu pedi desculpas a ele.

Otávio – E eu o perdoei.

Maysa – Agora somos todos amigos.

Daniel – Estão vendo? Eles mesmos se resolveram, não haverá imposição.

Diretora – Bem… eu acho que vocês devem quer conversar com seus filhos e eu gostaria de falar com esta senhorita, Marina.

Todos concordaram, desocuparam o espaço e deixaram apenas Marina e a Diretora no cômodo.

 

Giovana levou Maysa para um corredor e começou a repreendê-la.

Giovana – Recreio?

Maysa – Mãe, ele que veio me procurar.

Giovana – Mas eu não quero saber. Já disse que não existe amizade entre homem e mulher eles sempre têm um interesse a mais. Quando estiver da minha idade você vai entender…

Maysa – Mãe, eu só tenho nove anos, eu não namoro, eu não beijo, eu não faço nada que a senhora faz. E enquanto eu gostar da companhia dele eu vou continuar conversando e sendo amiga dele.

Giovana – Vejam só, a filha se rebelou. Quer saber? Eu vou cortar o mau pela raiz.

Maysa – O que a senhora vai fazer?

Giovana – Vou te tirar da escola.

 

Escola Machado de Assis/ Diretoria – Marina conversava com a Diretora

 

Diretora – Eu queria saber como você conseguiu que eles fizessem as pazes.

Marina – Eu conversei com eles, perguntei como o problema começou e o Otávio decidiu que queria ser amigo dele.

Diretora – Você trabalha em alguma área da educação?

Marina – Sim, eu sou professora afastada.

Diretora – Afastada?

Marina Sim, eu sofri um acidente há dois meses e pedi afastamento para me recuperar.

Diretora – Então, já que você está afastada, o que acha que lecionar nesta escola próximo ano?

Marina – A senhora tá falando sério? É tudo que eu mais quero.

Diretora – Eu e todos da escola Machado de Assis a receberemos de braços abertos.

 

Clarisse e Otávio conversavam no pátio.

Clarisse – Por que você decidiu ser amiguinho de alguém que tanto te fez mal, Tavinho?

Otávio – Ele me disse por que não gostava de mim e eu percebi que não tinha culpa.

Clarisse – E por que ele implicava contigo?

Otávio – Ele também gosta da Maysa.

Clarisse – E ela gosta de qual dos dois?

Otávio – Eu não sei, nunca perguntei.

Clarisse – Vamos pra casa então, lá eu vou dar um passeio com a tia Marina e à noite eu, ela e seu pai vamos sair pra jantar e te contar uma coisa muito importante.

Otávio – Por que vocês não dizem logo?

Clarisse – Surpresa.

Enquanto caminhavam pelo pátio, eles avistaram Marina indo ao seu encontro.

Clarisse – O que ela queria conversar contigo?

Marina – Me oferecer um emprego nesta escola!

Clarisse – Parabéns, que coisa boa!

 

João Pessoa / Casa de Clarisse

 

Marina, Clarisse e Otávio chegaram ao apartamento que era de Thiago.

Carolina Clarisse, já chegou?

Clarisse – Sim, vim deixar o Tavinho aqui.

Carolina – Não vai me apresentar sua amiga?

Clarisse – Ah, claro, essa Marina. Marina, Carolina. Carolina, Marina.

Marina – Prazer em conhecê-la.

Carolina – O prazer é todo meu.

Clarisse – Carol, eu tava pensando da gente ir almoçar fora, cadê o Rodrigo?

Carolina – Saiu cedo, disse que ia tomar café e ainda não voltou. Sabe como é o nosso irmão, já deve ter arranjado um rabo de saia.

Clarisse (Entre risos) – Deve ser, mas agora vamos almoçar que eu to brocada de fome.

 

João Pessoa / Restaurante Lampião

 

Clarisse, Carolina, Marina e Otávio já estavam no final do jantar.

Clarisse – Você nem vai acreditar no que aconteceu com o Tavinho hoje, na escola.

Carolina – O quê? Meu sobrinho preferido andou aprontando alguma?

Clarisse – Você nem imagina, mas eu não vou estragar a história dele. Eu vou ao cinema com a Marina e depois nós vamos ao Clube tomar um sol de fim de tarde, por que vocês não fazem alguma coisa bem divertida enquanto o Tavinho conta a história?

Carolina – Claro. Você topa, Tavinho?

Otávio – Fechado!

 

O sol começava a se pôr – Pessoas voltavam do trabalho para suas, outras ainda iam trabalhar – Clarisse e Marina estavam no Clube da Sociedade se preparando para voltar para casa.

 

Marina – Anoiteceu, é melhor irmos logo antes de pegar uma hipotermia.

Clarisse – Essa água tá tão linda, né?

Marina – Tá mesmo.

Clarisse – Sabe o que a minha esteticista disse?

Marina (DESENTERESSADA) – Diz…

Clarisse – Que banho de piscina à noite relaxa os nervos do corpo.

Marina – Legal.

Clarisse – Vamos dar um mergulho?

Marina – Ah, não sei.

Clarisse – Vai, por favor, esse negócio de separação, briga do Tavinho, meu pai numa casa geriátrica tão me deixando nervosa.

Marina – Tá bem.

As duas se despiram e mergulharam nas águas geladas da piscinas.

Clarisse – A água tá deliciosa.

Marina – E gelada.

Clarisse – Vou nadar até o outro estremo, vem comigo?

Marina – Claro.

Clarisse e Marina nadaram lado a lado. Exatamente na metade da piscina, a parte mais funda e onde os pés delas não tocavam mais no chão, Clarisse se segurou nos ombros de Marina.

Clarisse (MENTINDO) – Ai, to com câimbra, me ajuda.

Marina – EU NÃO TO AGUENTANDO SEU PESO. SOLTA MEU OMBRO E EU TE AJUDO MELHOR.

Clarisse começou a rir e afundou a cabeça de Marina na água.

Clarisse – Você já era, Marina. Se apaixonou pelo homem errado.

 

Recife – Casa de Creusa

 

Creusa estava cozinhando um espaguete quando uma chama tomou conta da panela inteira e logo cessou.

Creusa – Jesus, Maria e José, protejam minha família. [Ela disse fazendo o sinal da cruz]

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