Caminhos Singelos | Capítulo 33 [ÚLTIMA SEMANA]

Clarisse empurrava o corpo com cada vez mais força para fundo da piscina, enquanto, em uma tentativa vã, Marina se debatia, esperneava e ouvia seus gritos abafados pela água que lhe tirava o ar. Por um momento, um filme passou pela sua mente, desde brincadeiras com a irmã, até o casamento com Pedro, e a morte dele, lembrou-se dos beijos calorosos de Thiago e da rejeição da sua mãe para finalmente os olhos se cerrarem. Sem saber se um dia eles voltariam a se abrir.

Clarisse, sempre atenta, avistou um homem e soltou o corpo que começou a boiar e ela se afastou.

Clarisse (GRITA) – Socorre, alguém me ajude, ajude minha amiga!

O homem percebeu a agitação da megera e, sem pensar duas vezes, correu para a aérea da piscina e pulou para salvar a mulher. Primeiro foi até Clarisse, mas ela o rejeitou e fez sinal para ele pegar Marina.

Clarisse – Pegue-a, eu estou bem. Ela se afogou!

O homem desconhecido levou o corpo de Marina para a borda e realizou respiração boca à boca nela, tampando as narinas e inserindo ar no corpo dela. Enquanto isso Clarisse fingia estar traumatizada com a situação.

Homem – Ligue para uma ambulância, agora!

A vilã correu para onde estava o celular e ligou para o SAMU, logo em seguida voltou para ver com o home se saía. Mais uma vez ele tentou reavivá-la e desta vez ela começou a tossir a água que engolira.

 

Plano Celestial

Pedro de repente sentira uma tontura e caíra no chão, Miguel acompanhou a cena assustado.

Miguel (Tentando acordá-lo) – Pedro? Pedro? O que tá acontecendo com você? DIZ!

Mas ele continuava inerte, subitamente Francisco aparecera e pousara a mão no ombro de Miguel.

Francisco – É a mulher que você guarda, Miguel. Aquilo que previmos já está acontecendo.

Miguel – Mas por que ele está desfalecido?

Francisco – Quando ele falecera um laço muito forte entre eles teve que ser rompido, porém essa união parece ter sobrevivido até mesmo à morte.

Miguel – Isso significa que ela também está vindo?

Francisco – Não cabe a mim decidir isso.

Miguel – E cabe a quem?

Francisco – A ele. Quando acordar. Se acordar.

 

João Pessoa – Motel Boa Vista – Recepção

Andressa e Rodrigo estavam encerrando a estadia no motel quando o celular dela tocou. Era o número de Marina, decerto ela queria saber por que sumira o dia inteiro.

Andressa – Alô, mana.

Clarisse – Aqui não é a sua irmã, é a Clarisse.

Andressa – Ah, oi, Clarisse.

Clarisse – Andressa, a sua irmã não tá bem. Aconteceu algo com ela no clube.

Andressa – O quê? Fale logo, eu to ficando preocupada.

Clarisse – Nós estávamos tomando um banho na piscina e ela… ela…

Andressa – Ela o quê?

Clarisse – Ela se afogou.

Andressa – O quê? Cadê ela? Ela tá bem.

Clarisse – Nós estamos no hospital Santa Luzia. Venha para cá o mais rápido possível.

Andressa – Eu já to a caminho.

Andressa desligou o telefone, Rodrigo percebeu que ela estava demasiadamente agitada.

Rodrigo – O que houve?

Andressa – A minha irmã, aconteceu alguma coisa com ela. Está para o hospital Santa Luzia, você sabe onde é?

Rodrigo – Claro, eu te levo.

 

João Pessoa – Hospital

Clarisse estava aflita, temendo Marina sobreviver e contar tudo para seu ex-marido. Ela resolveu ligar para ele e contar a sua versão, primeiro.

Clarisse (ao telefone) – Thiago, você precisar vir ao hospital Santa Luzia urgentemente.

Thiago – O que aconteceu? Foi algo com o Tavinho?

Clarisse – Não, mas foi com a Marina. Você nem vai acreditar, ela se afogou!

Thiago – Ela o quê? To indo praí agora…

Clarisse desligou o celular e viu Andressa se aproximando dela com Rodrigo, surpreendentemente, ao seu lado.

Andressa – O que você fez com a minha irmã?

Andressa segurou nos braços de Clarisse e começou a balançá-la.

Andressa – Fala, sua louca, o que você fez com ela.

Clarisse – Eu não fiz nada, me largue.

Andressa – Então me conta essa história direito.

Clarisse – Tá eu conto. A gente tava nadando na piscina e parece que ele teve cãibra ou sei lá e começou a se afogar. Aí quando eu vi, eu comecei a gritar por ajuda por que não aguentava o peso dela e um homem, muito gentil, me ajudou.

Andressa E como ela tá?

Clarisse – Tá desacordada, mas parece que o perigo maior já passou. Ela não foi nem para a UTI.

 

Recife – Apartamento de Creusa

Creusa estava sentada à mesa, fazendo a oração de graças para ter uma refeição, porém o telefone tocou e ela sentiu-se atraída a atendê-lo.

Creusa – Será possível que nem comer eu vou conseguir hoje.

Ela tirou o telefone do gancho e o pôs no ouvido.

Creusa – Alô?

Andressa – Alô, Creusa, é a Andressa.

Creusa – Não conheço nenhuma Andressa, deve ter sido engano.

Andressa – Por favor, não desligue. É sobre a Marina.

Creusa – O que aconteceu à minha filha?

Andressa – Ela quase se afogou e está hospitalizada.

Creusa – Qual clinica?

Andressa – Não estamos em Recife, mas sim em João Pessoa.

Creusa – E o que diabos foram fazer aí?

Andressa – Não dá pra falar agora, eu to muito aflita. Só liguei para avisá-la.

Creusa – Amanhã, assim que amanhecer, eu estarei aí. Qual o nome do hospital?

Andressa – Santa Luzia.

Creusa – Passar bem.

Andressa – Digo o mesmo.

 

João Pessoa – Hospital Santa Luzia

Clarisse aproveitara que Andressa fora dar um telefonema para conversar com seu irmão.

Clarisse – Por que vocês chegaram juntos aqui?

Rodrigo – Quem diria né? Pra você ver como o mundo é pequeno.

Clarisse – Ainda não respondesse minha pergunta.

Rodrigo – A gente tá tendo um lance.

Clarisse – Um lance…

Enquanto falava, Clarisse, de relance, virara o rosto para o lado e pudera perceber Thiago chegando.

Clarisse – Thiago, ainda bem que você chegou. Eu já tava ficando desesperada.

Thiago – O que aconteceu com Marina?

Clarisse – Nós estávamos nadando e parece que ela teve cãibra, eu só vi quando ela tava se afogando… tava muito pesada… eu não consegui…

Thiago – Respira um pouco e me diz o que tá acontecendo.

Clarisse – Ela se afogou, eu simplesmente não consegui ajudar.

Thiago – Mas ela tá viva?

Clarisse – Sim.

Thiago Pronto.

Andressa vinha vindo em direção deles.

Thiago – Andressa, não quer ir dormir no meu apartamento?

Andressa – Não, vou ficar de plantão aqui a noite inteira.

Clarisse – NÃO! Você não pode, Andressa, coitada viajou hoje cedo. Vou pedir para Rodrigo te levar para minha casa, faço questão.

Andressa – Eu não vou conseguir pregar o olho esta noite.

Clarisse – Vamos fazer o seguinte, eu vou ficar aqui com o Thiago a noite inteira e amanhã de manhã você com o Rodrigo.

Andressa – Se vocês ficarem aqui eu vou mais tranquila.

Clarisse – Pode ir em paz.

 

João Pessoa – Apartamento de Clarisse

Andressa chegara tímida ao apartamento, mesmo acompanhada de Rodrigo. Cruzando a porta, deparou-se com Carolina no cômodo em frente aonde ela estava.

Carolina – O que você tá fazendo aqui?

Andressa – Espere aí, você é irmã do Rodrigo e da Clarisse?

Carolina – Sim… por quê?

Andressa – Eu sou irmã da Marina.

Carolina – Meu Deus, eu não vou te aguentar ficar sob o mesmo teto que você.

Rodrigo – O que vocês têm, heim?

Carolina – Essa vagabunda aí…

Andressa – Tá querendo levar outra surra é?

Carolina – Mas dessa vez eu vou revidar.

Rodrigo – Dá pra pararem.

Carolina – Não.

Andressa – Não faz sentindo a gente tá se batendo por causa daquela cafajeste, Carolina.

Carolina – É, a final de contas, ele não ficou nem comigo, nem contigo.

Andressa – Colegas?

Carolina – Ex-inimigas.

Rodrigo – Abraço triplo?

Andressa – Sem chances.

Andressa – Vamos lá.

E os três se abraçaram.

 

A música “Coisas Que Eu Sei – Danni Carlos” começa a tocar conforme o sol vai aparecendo na cidade de João Pessoa e o caos vai tomando conta da cidade

 

João Pessoa – Hospital Santa Luzia

Clarisse e Thiago mantiveram seus olhos abertos até o médico de Marina aparecer e dar mais informações sobre o quadro dela.

Clarisse – Diz como ela tá, doutor.

Médico – O quadro não é mais grave, toda a água foi retirada do sistema respiratória e já passa bem. Pode até receber visitas.

Clarisse – Eu quero vê-la.

Médico – Sinta-se à vontade.

Thiago – Por que quer vê-la?

Clarisse – Poxa, Thiago, eu via ela se afogando. Preciso dessa garantia para dormir em paz.

Thiago – Então tá, mas sai logo que eu quero ir.

 

João Pessoa – Hospital Santa Luzia – Quarto de Marina

Pedro e Miguel estavam no quarto de Marina, olhando-a toda encubada. Pedro não conseguia conter a emoção. Até que Clarisse chegou.

Pedro – Miguel, o que essa mulher tá fazendo aqui?

Miguel – Não sei.

Eles continuaram observando-a.

Clarisse – Eu tenho tanta pena de você, Marina. Foi se meter no meu caminho, deveria ter morrido logo quando tentei de afogar, mas se você é tão persistente assim, eu prefiro acabar com isso de uma vez por todas.

Clarisse pegou um dos travesseiros na cama e o pressionou sobre o rosto de Marina.

Pedro – Miguel, faz alguma coisa. Não deixa ela matar a Marina.

Miguel só observava a cena.

Pedro – Faz alguma coisa, pelo amor de Deus.

Pedro mal terminou a frase e Thiago entrou no quarto, ficou estático quando viu Clarisse tentar matar Marina. 

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