PARTE 1 AQUI
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No dia seguinte, Sophie levantou agitada, não conseguia voltar a dormir, pensando em como seria o seu dia no colégio. Os únicos momentos que Sophie tinha sossego eram quando dormia, às vezes, pois, em certos momentos, tinha pesadelos horríveis, via sangue em todos os lados. Faltavam apenas poucos dias para o baile, o fato era que a pobrezinha não iria, quem iria convidá-la? No colégio, todos sabiam em como Sophie olhava para o Tony, o capitão do time de futebol, era o único garoto que a olhava sem repulsa, sem gozação, mas ele nunca de tal jeito demonstrou algo por ela. Os seus amigos, costumavam curtir com ele dizendo em como seria uma transa com Sophie. Mas ele nunca achava graça, tinha dó, achava errado o que Kate e suas amigas faziam com ela.
Naquela manhã, quando Sophie se levantou, olhou para o espelho, e lembrou-se do que fizera com o Alex, na tarde do dia passado. Ela se encarou e disse.
Quem realmente eu sou?
Sua pupila dilatou, o espelho rachou. Levou um susto.
-Sophie!
Mara subia as escadas, estava indo ao encontro de Sophie. Ela olhou para o espelho espatifado, o que iria explicar para mãe? Como o espelho rachou?. E então ela pensou rapido.
-Que barulho é esse?
-Nada, mamãe, só foi a escova que caiu na pia.
Mara olhou ao arredor do quarto, tudo estava normal, levou o olhar para o espelho, estava intacto.
Intacto?!
-Humm, ficou sabendo do que aconteceu com o Alex Rufallo?
Sophie engoliu em seco.
-N.não, o que aconteceu?
-Parece que ele brigou com alguém, deslocou a coluna, e quebrou os dois braços – a frase veio acompanhada de uma risada maléfica.
-Coitadinho…
-Agora, se apronte, já está atrasada para a aula, e antes, irá para o porão. Curar-se dos pecados que você teve em sonho.
-Como, como quiser mamãe.
E Mara, saiu do quarto. No mesmo instatante Sophie levou o olhar para o espelho, de perto, notava-se uma rachadura.
Respirou fundo, aliviada.
6
Sophie se arrumou, e quando digo que se arrumou, digo que ela tentou se arrumar. Como era a semana para o baile, tentava ficar mais bonita, para ver se despertava o interesse de Tony por ela. Passou blush, e, em seguida, um batom bem avermelhado, mas fez tudo isso apenas quando saiu de casa, Mara, jamais podia imaginar a peripécia da filha. Abraçando os livros contra o seio.
Quando chegou no colégio, todos a olharam de rabo-de-olho. Sophie ignorou os olhares, e continuou caminhando, o céu começava a soltar trovoadas, o tempo permanecia dublado e as nuvens ficaram carregadas. Ao longe, Kate, eu, e mais alguns da trupe, e inclusive Tony a olhou, sim, pela primeira vez.
Sophie entrou no colégio, caminhado pelo corredor encerado. Era a única no corredor, em off, somente o barulho de seus passos. E, enquanto isso, no lado de fora, todos começavam a cochichar e se aglomerarem com cuidado, observando ao longe, o ato seguinte de Sophie.
Tudo estava muito estranho. Sophie, abriu o seu armário escolar. Quando abriu, sentiu um frio na barriga, um medo, uma vergonha, e tudo que aconteceu com ela no dia passado, passou em sua mente.
Reze! Reze! Reze… M-enstruada, M-enstruada, Soca rolha! Soca Rolha. Voce deve morrer Sophie! Morre Sophie!
Dentro do armário, Sophie se deparou com uma boneca ensanguentada, com pacotes de absorventes abertos e expostos de maneira irracional. Tudo isso significava o seu sangue menstrual.
Sophie pôs as mãos na face, se ajoelhou em frente ao armário e começou a chorar enquanto ouvia os risos a sua volta.
Aquelas gargalhadas diabólicas.
E eu não suportei ver aquela cena, e sai dali, peguei o meu carro e fui embora. Todos da turma esperavam por aquilo. E ela olhou para todos, gravou o rosto de cada um que ria dela.
Estão rindo de mim!
Ela pensou. Ao lado de Kate, uma menina chamada Karietta, se aproximou de Kate e disse.
-Nossa Kate, voce foi… muito má! – Disse irônica.
-Essa, paranormal, ainda não viu nada.
Kate falou, seguido de um riso diabólico.
7
É claro que tive que voltar para a aula, no mesmo dia, mais tarde, Kate, contou para alguns de seu grupo, o seu plano maléfico, mesmo achando ruim, eu iria participar, e Tony também. Certo que no mesmo instante Kate, me pediu para falar com a isca, Tony Tompson.
Me aproximei do campo de futebol, sentei no banco de torcida e esperei o treino terminar. E assim me aproximei de Tony, como se não quisesse nada. E não queria.
-Tony?
-Diga, Sheron.
A voz do homem era encantadora, suave e saia da boca como melodia.
-Kate me pediu para falar com você sobre Sophie.
Percebi que ele engoliu em seco.
-O que ela quer?
-Simples, convide Sophie para o baile.
E nesse momento, ele deu uma risada sarcástica, como se tudo isso fosse uma pegadinha.
-Olha, eu também não quero, mas se não ajudar a Kate, ela… ela vai nos ferrar nessa escola, sabe como ela é, já namorou com ela – tentei explicar.
-Mas, a Sophie? Logo a Sophie? O que ela quer com isso?
-Vingança.
-Vingança? Por quê?
-É uma longa historia. Mas faça, impressione a Sophie. Ela gosta de você.
-Meu Deus…
-Deus não esta aqui agora para nos ajudar, Tony. Muito menos ajudar a Sophie.
Tony ficou pensativo.
-Eu vou convida-la, mas o que quer que Kate esteja planejando. eu não vou fazer parte. Vou convidar Sophie, pois… acho ela legal, diferente.
-Tanto faz. Então fica assim, né? Eu já vou indo.
E saí, deixei Tony pensativo.
Ao sul, um trovão estalou, anunciando uma tempestade.
8
Naquele dia, uma chuva tomou conta da pacata cidade. A água da chuva varria as ruas imundas, levando tudo para o bueiro mais próximo. Sophie caminha por essas ruas, voltando para casa, com os cabelos soltos e encharcados e toda molhada. Ao longe vindo em sua direção um Porshe 911 turbo deu sinal, e parou ao seu lado.
Sophie se contraiu, poderia ser um molestador. Um homem mau. Mas não era, o vidro escuro do carro, abaixou. E ela percebeu que era Tony Tompson.
-Sophie! Esta chovendo muito – Ele falou em um tom mais alto, por causa do barulho dos trovões.
-Sim está! – Ela falou, e quase em forma de gaguejo.
-E esta frio também, venha, entre, te dou uma carona.
-Não tudo bem.
-Venha! Você quer que eu desça do carro e me molhe? – perguntou ele, agora com o tom suave.
-Não! – Ela respondeu, batendo o queixo de tanto frio.
-Então entre, ou vou ter que sair.
Sophie, hesitou, e então abriu a porta do carro, mas, antes de entrar, pela primeira vez na vida, depois de muitos e muitos anos, Sophie deu o seu primeiro sorriso.
Tony deu partida. Dentro do carro, ambos não se olhavam, com vergonha um do outro.
-Vou ligar o aquecedor, pra você – disse Tony.
E Sophie retribuiu o elogio com um leve sorriso de canto.
-Você é linda – Disparou Tony.
E nisso, Sophie engoliu em seco, seu coração palpitou.
Ele está brincando comigo?
Ela pensou.
-Como?
-As pessoas ficam rindo de você, mas, eu sinto dó do que elas te fazem.
-Eu não quero que sintam dó, muito menos pena. Só quero que parem de rir de mim.
-Entendo. Contudo, o que acha de calar a boca de todo mundo?
-Não entendi.
-Sophie, – E Tony parou o carro na porta de casa de Sophie – Quer ir ao baile comigo?
Demorou certo tempo, para a ficha cair, e a felicidade invadir o coração cheio de ódio de Sophie Bronw.
-Por quê eu?
-Eu não iria para baile mesmo, mas vejo que isso é importante pra você, e será pra mim também. Então o que acha?
-E.Eu, a…
-Aceita?
-Sim, é! Eu aceito.
-Tudo bem. Acho que chegamos.
-Sim, sim, chegamos, muito obrigado.
E quando Sophie abriu a porta para sair. Foi surpreendida por um leve, doce, e incomparável toque da mão de Tony. Ele a puxou para perto, com cuidado, suavemente.
-Ninguém mais vai rir de você. Eu prometo – Terminou a frase, seguida de um beijo na testa de Sophie.
E então, ela saiu. E o carro, zarpou.
9
Quando Sophie abriu a porta de casa, se deparou com a face enrugada da mãe.
Eu não vou deixar ela me maltratar!
Pensou.
-Esta com uma cara de felicidade, Sophie.
-Sim, mamãe, estou muito feliz.
-Posso saber por quê?
-Vou ao baile.
Mara franziu o cenho, não gostou de nada o que ouviu da menina.
-Como é que é? – Perguntou indagada.
-Eu vou para o baile amanhã com Tony Tompson, o jogador-de-futebol-do-colegio-Bringstone – Falou, com tanta felicidade, e tanta certeza que quase emendou as palavras.
-Não! Não, voce não vai! Isso é pecado Sophie, isso é do mundo!
-Não pode me impedir disso! – Arfou Sophie, encarando a mãe.
-Mas se eu não vou! Deus, O todo Poderoso de Todas as Coisas, vai!
-E então que ele que impeça, se ele não impedir eu vou. Mas a você, desculpe, mãe, mas você eu não obedeço.
-Na tábua da lei diz…
-Eu sei o que diz, mamãe, e sei mais do que você, eu honro meu pai e minha mãe, mas isso, vem me trazendo muito desgosto! – respirou – Eu nunca tive mãe…
Mara, ficou perplexa. Aturdida. Sua filha, pela primeira vez, a desafiou. E então, Sophie, de costas para sua mãe, subiu as escadas, no ultimo degrau, ela disse.
-Eu não tenho uma mãe. Eu tenho um monstro.
10
A noite foi longa para Sophie. Seu quarto era iluminado por velas, e os rápidos trovões da chuva de madrugada. Passou a noite toda costurando, cortando, desfazendo, costurando novamente o seu vestido para o baile.
Havia uma ferida, sim. Mas curada, como se nunca tivesse havido ferida.
Quando amanheceu. A chuva já havia cessado. Mas as ruas ainda estavam molhadas e o céu permanecera cinzento. Depois de alguns minutos, chegou ao colégio. As pessoas elevaram novamente o olhar para ela, mas ela nem se quer notou. Quando caminhava pelo estacionamento da escola, Kate e sua trupe, esperava mais um momento de gozação com Sophie. Ela caminhou, e percebeu no capô de um carro branco, um gato morto e ensanguentado estava exposto, e abaixo escrito a sangue fresco.
ISSO É O QUE ACONTECE COM QUEM É MÁ, SOPHIE, VÁ SE LIMPAR!
No entanto, a menina respirou fundo, tentou se controlar, afinal de contas, estava feliz. Mas as pessoas começaram a rir.
Estão rindo dela novamente.
E quando ela pensou em explodir. Tony, aparece do seu lado e a abraça, seu coração aquieta. Respirou fundo. E todos, digo, todos olharam perplexos, paranoicos, encabulados e boquiabertos a cena.
-Eu disse que ninguém mais, vai rir de você, não disse? – Falou Tony com o seu hálito refrescante no ouvido de Sophie.
A menina deu um sorriso de lado. E ao longe viu o odio de Kate.
Foi o dia de aula que Sophie nunca pensou que teria na vida. Depois, no final da aula, Tony a levou para casa.
Agora faltava apenas uma noite para o baile.
11
Sophie entrou em casa, e nem deu moral para a mãe, que segurava um crucifixo com terço entrelaçado, e rezava o pai nosso.
A noite do baile iria cair em uma sexta-feira 13, e o tema escolhido era nada mais do que Noite Macabra, não era para as pessoas virem com máscaras do Freddy Gruger, ou do Jigsaw ,muito menos de Mike Mayers. Contanto que viessem de preto ou vermelho.
Sophie não sabia dessas exigências, e fez um vestido branco, porém deslumbrante.
E enquanto isso na casa de Kate…
-Olha, mesmo que o Tony, não saiba do que a gente está planejando, ele vai ser a nossa isca ainda, a Carol vai levar o André até a fazenda de seus avós, lá voces pegam o nosso brinquedinho. Certo? – Ordenou Kate.
-Certo.
-E, Ana, Gabriela, vocês irão manipular o resultado do baile. Ok?
-Tudo bem – responderam concordando.
-E eu e Sheron, vamos cuidar de terminar o trabalho – e Kate olhou para mim – Certo, Sheron?
-S.sim, tudo bem.
-Ótimo, aquela vadia não perde por esperar. Ela vai ter a noite mais incrível da vida dela!
Naquela noite, Kate e sua turma deram inicio ao seu plano enquanto Sophie dormia tranquilamente.
Próxima semana, no Clube do Medo:
Tony, ainda pensativo, pegou delicadamente na mão de Sophie e a levou até o palco. Lá, uma fileira de rosas foram entregues a eles, uma coroa fora colocada na cabeça de cada um, um cetro foi dado á Tony, e um buquê de flores á Sophie, que sorria mais do que ninguém. E então o Dj, soltou a música. E os dois se olharam. Mas foi nesse momento em que veio na cabeça de Tony um pensamento.
-Não se apegue as coisas tão fácil, a qualquer hora você pode perdê-la.
-Não sei o que Kate quer fazer mas temos que obedecer.
Esses e outros pensamentos invadiram sua mente, e ele sentiu uma gota de algo respingar em seu nariz. Certificou do que era, e percebeu que era sangue.
SHOPHIE, A PARANORMAL (PARTE FINAL)
PRÓXIMO SÁBADO NO CLUB+TV
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