Club entrevista o psicólogo Alexandre Bez (Parte 02) – Relacionamentos e seus conflitos emocionais

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Na primeira parte de nossa entrevista,  Alexandre Bez comentou sobre a televisão e a sua influência na nossa sociedade. Agora, vamos sair do foco televisivo e conversar sobre os relacionamentos e sobre as obras do especialista.

– FALANDO SOBRE RELACIONAMENTOS

Psicólogo e escritor Alexandre Bez

CLUB – É fato que nossa vida é marcada em muitas situações. Mas o que uma ferida profunda pode fazer? Até que ponto as feridas do passado de uma pessoa pode perturbar sua mente?
BEZ – O passado é tudo. É a nossa referência principal. É a partir dele que estabelecemos os critérios para psicodiagnósticos, entendimentos e procedimentos nas sessões de terapia. Ele é a nossa fonte reveladora. É a resposta para nossas queixas e aparecimentos de sintomas, como neuroses ou psicoses que habitam na mente das pessoas, e têm ampla autonomia de dominá-las e comandá-las. São elas que vão ditar qual é o tipo de ferida que a pessoa carrega. Essa ferida pode ocasionar muitas ações, irá depender de como ela é, de qual é a sua intensidade, de como anda seu tratamento, se há a possibilidade de cicatrizar mentalmente. O equilíbrio mental é importantíssimo, assim como tratar as psiconeuroses, coibindo a manifestação desenfreada de ações provocadas pela profundidade dessas feridas.

CLUB – Realizando uma pesquisa em seus livros, observei que a ideia central proposta é desenvolvida em um romance fictício. Você acredita que dramatizar é de maior compreensão do que um livro de “auto ajuda”?
BEZ – Acredito que cada um tem seu estilo. Não há melhor ou pior. Livros de autoajuda funcionam para algumas pessoas, mas para outras não. Prefiro trabalhar na linha literária que sigo: o romance psicológico. Pois, a pessoa se encanta e viaja através de um romance e obtém a informação a respeito de um assunto psicológico, inerente a sua vida e a compreensão de assuntos ligados a ela. No momento, estou finalizando meu 3º romance psicológico chamado “A fórmula da Beleza Feminina”, e trabalhando concomitantemente no romance “Bolo folhado felpudo, recheio: Traição”.

CLUB – Em seu livro Inveja: o inimigo oculto, lançado em 2012, você fala inveja entre dois amigos, Jack e Cris. Você acha que devemos ter cuidados com todos que se dizem nossos amigos?
BEZ – Na realidade, a estória se passa entre Jack Conrad e Gary Mitchel. Cristina é a mulher da qual Jack se apaixona e se casa. Com isso, Gary recebe o estopim q faltava para destruir, ou ao menos tentar, a vida de Jack. A amizade quando verdadeira é maravilhosa. Apenas preste atenção nos amigos, suas atitudes em primeiro lugar. Verbalizar é fácil, agir já nem tanto. Não se abra tanto. Também não é indicado confundir as terminologias: amigo e colega.

CLUB – Ainda sobre o livro Inveja: o inimigo oculto, você acredita na expressão “inveja boa”?
BEZ – Quando falamos em inveja boa, branca, incolor etc.. Apenas erramos a nomenclatura. A palavra certa é Admiração. É quando temos admiração por alguém sem querer destruí-lo.

CLUB – O que fazer quando notamos pessoas invejosas ao nosso redor? Se afastar é o melhor remédio?
BEZ – Quando possível sim. Se afaste e mantenha a compostura, mas nunca revide ou queira algum tipo de vingança.

CLUB – A inveja pode estar ligada ao ciúme?
BEZ – Não. São dois sentimentos completamente antagônicos entre si. Um independe do outro e não há migração. A inveja é composta apenas de duas pessoas. O sentimento principal é o ódio e a raiva. No ciúme a relação é composta de três pessoas, há o sentimento do amor, e o medo de perder alguém que se ama.

O que era doce, virou amargo!!!CLUB – Em seu livro O que era doce, virou amargo, você aborda a separação. Você acredita que esta fase é uma das piores na vida de uma pessoa? Qual a dica que você dá a quem está passando por isto?
BEZ – 
Esse é um romance que elucida as principais questões que distanciam os casais. Foi fruto de uma pesquisa de anos. Uso a terminologia CFM (Características Funcionais Mentais). São os componentes psicoemocionais que englobam e determinam nossas atitudes e comportamentos. Algumas pessoas apresentam algumas atitudes não tão contundentes em seus relacionamentos, e assim, minam a resistências destes desestabilizando-os. Em caráter explicativo, o livro possui 44 CFMs. Assim como mais de 100 filmes descritos e analisados, onde o leitor poderá compreender melhor.

Algumas são controláveis e tratáveis, melhorando a relação e devolvendo o doce que havia antes desta tornar-se amargo. Outras são irreversíveis, podendo remeter a primeira separação. Nessas CFM, entro no aparelho mental das pessoas  e realizo uma profunda navegação. Ao submergir, retiro o componente psicológico (CFM) q causa o desnorteamento dessa relação.

É um livro para todos os casais melhorarem e entenderem seus relacionamentos descrito num cenário maravilhoso e acompanhado de um tórrido e cativante romance. A separação é a pior fase da vida, mesmo quando necessária. Alguns autores norte-americanos a chamam de um óbito em vida. Também adoto a mesma opinião. Mesmo quando ela é indicada. As dicas são: enfrentar, não se abater, tentar levar a vida dentro de seu limite e respeitar seus limites também. Dar tempo ao tempo, não se punir por ter fracassado, ou por ainda não ter encontrado uma explicação plausível para tudo. Estou preparando uma 2ª e 3ª continuação desse romance, pois, não posso fechar um diagnóstico explicativo em apenas 44 Cfms. Terá o mesmo título, volume II e III.

CLUB – Seus livros sempre levam os leitores a um entendimento deles mesmos ou de situações cotidianas, ajudando-os a enfrentar determinadas situações. Essa sempre foi sua proposta quando pensou em publicar livros? Você acha que essa deveria ser a missão de qualquer escritor?
BEZ – 
Sim, sempre foi a minha proposta desde a época da faculdade. Ser escritor demanda responsabilidade, você forma opiniões, assim como nas novelas (elas são feitas por escritores). Portanto, entendo de que é uma ferramenta poderosíssima e temos que usá-la com discernimento, propósitos honestos e maturidade. Cada escritor tem a sua proposta originada em diferentes entendimentos. Mas independente do segmento de escrita, acredito que passar a informação elucidativa, originar e ajudar a tecer pensamentos construtivos, num sentido positivo, é parte dessa missão. Assim como afastar a indulgência, a intransigência, pregar sempre a tolerância e punir literalmente fanáticos, separatistas, racistas e qualquer forma de ver o mundo em uma posição de superioridade e imparcialidade. Nazistas, membros da KKK, e outros psicopatas, devem ser mencionados como de fato o são para que o mundo não se esqueça deles e os horrores como o holocausto, e assim, jamais se repitam na humanidade.

 

CLUB – Pra terminar, você tem vários livros para lançar em breve. Qual deles sairá primeiro e o que podemos esperar dele?
BEZ – Estou em processo final de escrita no romance “A fórmula da Beleza Feminina”, um livro bem light destinados a todas as mulheres, mostrando o que fazer para ser bela. É uma estória que passa nas cidades de Louisville, no Estado do Kentucky, EUA, e no sul do estado da Bahia, no Brasil. Trabalhando simultaneamente numa profunda pesquisa sobre todos os tipos de traição e será lançado após a conclusão do próximo. Chama-se: Bolo folhado felpudo, recheio: Traição.

– JOGO RAPIDO:

Dinheiro: Apenas uma necessidade existencial, mas nada além disso.
Amor ou paixão: Amor, sempre!
Novela ou realidade: Realidade.
Uma frase: Ame você e as pessoas, mas não julgue, não critique e não condene (em casos de amor).
Uma inspiração: Meu pai, sempre, 24 horas por dia.

Um recado para nossos leitores: Curta a vida. Ela vale a pena ser curtida. Com responsabilidade, limites. Ame, entregue-se a pessoa amada e tente de acordo com a suas possibilidades ser feliz, é de fato o que importa.

Na segunda parte da entrevista, vamos conversar sobre os diversos tipos de relacionamentos e seus conflitos emocionais. Vamos também destacar as obras do escritor e seus novos projetos.

**Agradeço todo apoio ao amigo e redator Leandro Conceio nesta entrevista

Henrique Oliveira

Club entrevista o psicólogo Alexandre Bez (Parte 1) – A influência da televisão na nossa sociedade

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O CLUB hoje vai se focar em descobrir a resposta da seguinte questão: Qual é a influência da televisão na sociedade? Qual o papel que ela pode desempenhar numa pessoa? Será que ela pode induzir á algo? Para isso vamos conversar com o Dr. Alexandre Bez.

Club entrevista o Dr. Alexandre Bez

Dr. Alexandre Bez é especialista em relacionamentos, psicólogo e escritor.

– VIDA E CARREIRA

O psicólogo Alexandre Bez é especialista em ansiedades e em síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA) e em relacionamento pela Universidade de Miami na Florida. Dr Alexandre também escritor suas obras até então foram “Inveja: O Inimigo Oculto”, “O que era doce, virou amargo” e já trabalha em novos livros.

Além dessa formação, o Dr. já marcou presença em diversos programas de televisão e de rádio. Sem contar de análises e artigos que foram pulicados em vários portais de saúde e bem estar e ocasionalmente cedido ao club outras análises. A entrevista ficou um pouco longa – foi dividida em duas partes – mas tenho certeza que vocês vão gostar! Acompanhem:

– BATENDO UM PAPO SOBRE TV

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CLUB – Como psicólogo você acha que a TV realmente consegue induzir a sociedade a algo que ela não tenha em mente?
BEZ – A TV é um importante meio de comunicação. Ela exerce um poder absurdo nas pessoas, de todas as classes sociais. Poderíamos resumir da seguinte forma: “A TV forma, desinforma e informa”.

CLUB – O que dizer da tal “manipulação” exercida por determinadas emissoras de TV. Ela realmente existe no Brasil?
BEZ – Sim, infelizmente existe no Brasil. Se tiver qualquer tipo de interesse através de sua programação, ele irá deslanchar. Pois, a ferramenta que um veículo televisivo possui de manipulação é extensa e vasta, fazendo com que seu propósito seja alcançado. Aí discorre a responsabilidade dos diretores/ produtores e jornalistas, em realizar programas sérios e não tendenciosos. Lembrando que, em 1989, certa emissora de TV “ajudou” a alavancar a candidatura de Collor, e que em 1990 a mesma emissora “colaborou” ao destrona-lo. A mesma coisa acontece com a propaganda na TV. Por isso, é tão caro anunciar em determinados horários nobres, o retorno é praticamente garantido. Assim como usar o marketing em novelas e filmes, a marca simplesmente dispara.


CLUB – Em relação às novelas, o que dizer dos vilões como Carminha, de Avenida Brasil, e Félix, de Amor à Vida. Porque as pessoas gostam tanto deles? Há certa identificação com esses vilões?
BEZ – Em primeiro lugar, pela dramaturgia. Já viu mocinho ganhar algum prêmio? É relativamente fácil desempenhar esse papel. Já a interpretação do vilão requer astúcia, empenho e um desempenho convincente na atuação. O fator psicoemocional de se encantar ou não são vários. Alguns gostam pela própria identificação consigo, ou seja, a pessoa possui a mesma característica de personalidade que a vilã/vilão, podendo ser psicopatia ou a maldade pura sem algum transtorno psiquiátrico que a rege.

Outros desenvolvem uma atração por esse tipo porque se sentem protegidos com figuras como estas por perto, querendo inclusive manter um relacionamento afetivo com alguém dessa natureza. Existe a ilusão, motivada por um pensamento delirante, achando que se namorar alguém de “alta periculosidade” estará seguro. Outros desejam um castigo aos vilões pela alta capacidade do desempenho irrefreável da maldade, mas agem assim porque também se encantam com eles. Existe certa curiosidade em saber até onde o vilão conseguirá chegar.  Já algumas pessoas fazem uma associação com os políticos do Brasil, ou seja, cometem crimes, roubam, mentem deslavadamente e não acontecem nada, exatamente igual àqueles vilões que possuem finais felizes.


CLUB – Na novela Amor à Vida o ciúme entre irmãos é bastante retratado. Em um artigo publicado você alerta para este mal, mostrando que os pais devem ficar sempre atentos. Quais os males que ele pode causar na família?
BEZ – O ciúme entre irmãos é muito antigo. Para quem acredita,  temos a história entre Caim e Abel para ilustrar. Mas, independente disso, cabe aos pais “dosar” a demonstração da preferência entre um e outro. Nunca me esqueço em um congresso que estive há muito tempo atrás nos EUA, onde o palestrante afirmou que os pais amam 100% seus filhos, e um deles 101%. É aí que reside o problema, pois, concordo com ele. Mas, a demonstração de afeto e carinho deve conter a mesma dose de amor a todos, sem deixar evidente de que há preferência por um dos irmãos. As brigas ocorrem por esse motivo mesmo. Outras, pela atitude e comportamento rebelde de algum dos filhos. Quando o filho necessita de mais atenção, por estar doente ou por ter alguma limitação, deve ser bem explicado ao outro filho o porquê a atenção é maior para o irmão. Os motivos são vários, mas a sabedoria de demonstrar igualdade sentimental tem que ser soberana, para não causar mais traumas e ciúmes. Caso não haja ponderação, pode-se desencadear uma série de ações negativas no filho que “entender” não ser amado o suficiente, que podem gerar ações maléficas.

 

CLUB – A partir de que ponto esse ciúme descontrolado pode resultar numa tragédia?
BEZ – Quando a frustração, assim como o sentimento de inferioridade, for perene ao aparato mental e o indivíduo não suportar mais a situação. E essa situação pode ocorrer através do nascimento de um irmão (ã). Pois, a cada dois ou três anos percebe-se preferência pelo nascimento do caçula. Se não houver intervenção rápida, no sentido de mostrar carinho e amor ao filho mais velho, ele perceberá o novo irmão como se fosse um inimigo, o que pode resultar em problemas futuros tais como: desavenças, brigas, transtornos domésticos, junto a um comportamento negativo, desenfreado, sem medir as consequências. Dependendo da estrutura de personalidade da pessoa envolvida, assim como de seu “rompimento”, as ações podem envolver altos atos de delinquência. Agora, havendo amor, carinho e igualdade, pode também pintar o ciúme, ganancia e interesse desses, que os levam a não estar dispostos a dividir nada.

 

CLUB – Os personagens das novelas são capazes de mudar comportamentos de quem os assiste ou isso não existe?
BEZ – As personagens das novelas têm poder total e absoluto para ditar modas, reger comportamentos, eliciar atitudes e determinar tendências. Não existe Brasil sem novela. Ela entra em nossas casa, nossas vidas, e faz parte de nosso cotidiano. O Brasil é líder mundial nesse segmento e temos que nos orgulhar disso. A novela não oferece apenas o entretenimento, mas também promovem informações e esclarecimentos de uma gama Diversificada e extensa de assuntos, que traz mensagens importantes e informando a população de algum assunto.

 

CLUB  – As novelas são um retrato da sociedade ou elas tentam criar determinados costumes e regras na sociedade?
BEZ – Ambos. Irá depender dos assuntos abordados e da visão e intenção do autor.

 

CLUB – O relacionamento com um destino trágico é o tema de foco do programa “Paixões Perigosas” de Adriane Galisteu na Discovery. A partir de quando o ciúme precisa receber maior atenção das pessoas?
BEZ – O ciúme normal é benéfico, é algo que faz parte de qualquer relacionamento amoroso. Sua falta total pode indicar um narcisismo perene aquela constituição de personalidade, ou ainda a escassez de sentimento numa relação. Quando há combinação de agressividade + ciúmes + possessividade + personalidade psicótica, o resultado é fatal. A dica é prestar atenção no comportamento de seu companheiro. Se ele achar que é seu dono, e se manifestar desse modo, caia fora! Preste atenção também em sua agressividade verbal, ela pode migar efêmeramente à física. Em qualquer caso, caia fora! Ele já está te dando dicas de como ele é no fundo. O ciúme doentio (patológico) impede a livre circulação da pessoa em sua rotina normal e afeta diretamente o pragmatismo diário desta pessoa. Quando há a constatação que sua vida está sendo controlada, e q você está tolhida, é o sinal de prestar atenção e averiguar qual é a melhor saída a se tomar. Preste atenção nas dicas que acabei de dar.

Na segunda parte da entrevista, vamos conversar sobre os diversos tipos de relacionamentos e seus conflitos emocionais. Vamos também destacar as obras do escritor e seus novos projetos.

**Agradeço todo apoio ao amigo e redator Leandro Conceio nesta entrevista

Henrique Oliveira

Club entrevista nesta quarta-feira o psicólogo Alexandre Bez

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Qual a influência da TV na sociedade?

Alexandre Bez conversa sobre o poder de influência da televisão na sociedade

Dr. Alexandre Bez

O Club apresenta mais um papo exclusivo e especial. Vamos entrevistar Alexandre Bez, um renomado especialista em relacionamentos, psicólogo e escritor. Conhecido na televisão, de onde respondeu diversas entrevistas, além de postar artigos num dos principais sites de saúde e bem estar do país e compartilhar artigos especiais aqui no club.

No papo vamos conversar sobre a influência da TV na sociedade. Será que a TV pode realmente manipular uma pessoa? Porque os telespectadores gostam tanto dos vilões nas telenovelas? Além de comentar os riscos do ciúme e a relação paixão x amor.

“A TV é um importante meio de comunicação. Ela exerce um poder absurdo nas pessoas, de todas as classes sociais. Poderíamos resumir da seguinte forma: “A TV forma, desinforma e informa”. Afirmou na entrevista para o club.

ALEXANDRE BEZ é o entrevistado do Club.
Não perca! Nesta quarta feira ás 20h00

Vida de novela: Atores que se apaixonaram na vida real

Romances que ultrapassaram os limites da ficção. Como entender esse comportamento?

Nas novelas e filmes, quem não torce pelos atores e atrizes, em seus respectivos papéis? Tanto que temos visto constantemente esses relacionamentos ultrapassarem a tela, indo á vida real. O problema não  é do ator x, y ou z, mas sim da representação desses pelos seus papéis vividos. Salvo raríssimas exceções, quando um ator irá contracenar com uma atriz da qual ele “já teve um relacionamento ou ficou a fim”, ele tem chances reais de apaixonar-se durante a trama. Segundo o psicólogo Especializado em Relacionamentos Alexandre Bez: Não gostaria de levantar bandeira ou generalizar esse quadro, até porque vemos muitos relacionamentos que começaram nos bastidores e que prosperam até hoje, mas é bom ficar atento e saber que existem outras situações, afirma.

Mas porque isso acontece? Esse quadro de envolvimento amoroso fora das telinhas se dá muitas vezes por uma debilidade intensa do ego, onde a profissional não consegue conviver com o final da novela ou filme, sendo incapaz de suportar a agonia, a melancolia, tendo inclusive em alguns casos até uma depressão exógena. Em detrimento deste quadro agudo de desconforto, e instabilidade emocional estabelece uma “reação mental”, cujo êxito desta é justamente criar uma situação onde ocorrem certos mecanismos de defesa do aparelho psicoemocional, que se constituem em várias ações, entre elas destacamos a Fantasia e a Transferência. Elas são responsáveis pela migração do estado real (a vivência dos personagens pelos atores) para a vivência irreal (a vivência dos personagens pelos atores interpretados também na vida real, dando vida extra ao papel interpretado antes somente na tela).

Essa situação, no entanto, promove uma debilidade ainda maior do ego, onde este vai se desestruturando mais e mais. Felizmente na grande maioria dos casos esse quadro possui uma certa duração, e após esse período cumpre o seu papel, vai se empobrecendo e perdendo a sua finalidade, voltando ao contexto normal.

Mas é bom ficar alerta, pois abre-se um precedente para que  o próximo papel seja novamente passado da vida real para a irreal, criando-se uma neurose de repetição, como nos explica Freud. Não há mais “mecanismos de defesa de alto nível”, impactantes na vida real, mas sim encontraremos estes cada vez mais raros na econômica psíquica, promovendo um funcionamento regredido do ego.

Especial para o CLUB