Fortaleza, Terra da Luz, Nordeste, Brasil. A cidade com maior densidade demográfica do Nordeste chegou a ser a capital mais procurada pelos turistas em 2004, sendo a sede do Banco do Nordeste, da Companhia Ferroviária Brasileira e ainda abriga o maior parque aquático do Brasil, o Beach Park. É a terra do ex-presidente Castello Branco, de Rachel Queiroz e de José de Alencar. Força, valor e coragem. Este é o lema da cidade sede da nossa aventura de hoje, as confusões d’A Hiperativa de Fortaleza.
A imagem das atrizes a cima não têm relação com a obra.
No apartamento de Flávia, ela assistia a alguns filmes com seu namorado, Lucas. Já era tarde e, ao que tudo indicava, ele iria dormir por lá mesmo. Lucas foi passando as mãos pelas pernas de Flávia, subindo até sua blusa, arrancando aquela peça de roupa.
Flávia – Não, Lucas, agora não.
Lucas – A gente já tá namorando há um tempo, já tá na hora.
Flávia – É que… que…
Lucas – Que, o quê? Que eu não te excito?
Flávia – É que eu me descontrolo na hora… você sabe: Na hora H.
Lucas – É assim mesmo que eu gosto.
Flávia – Você não tem ideia de como isso é.
Lucas – Eu vou arriscar.
Sentindo-se pressionada, Flávia cedeu e relaxou a respiração. Os abraços foram ficando mais intensos, ela estava agora apenas vestindo roupas íntimas.
Lucas – Faz um stripe tease, amor?
Flávia – Não me pede isso…
Lucas – Vai. [Ele falou ao canto do ouvido dela e deu uma mordiscada bem na pontinha].
Flávia – Ai…
Flávia saiu do colo dele, então, e foi para o meio da sala. Começou a dar reboladas leves, mas seu olhar era apreensivo. Ela tirou o sutiã e o equilibrou na ponta dos dedos enquanto rodava.
Flávia – Você quer?
Lucas – Quero sim, joga.
E ela jogou. Em dois segundos Flávia tirou a calcinha, jogou para o lado e pulou em cima dele.
Lucas – Meu amor, o que é isso?
Flávia – Ai, meu Deus. Vai, vai, vai, vai!
Lucas – Calma.
Flávia – Ah, ah, ah, ah, ah…. [A voz dela estava mais aguda]
Lucas – Desse jeito não dá.
Flávia – Não paraaaaaaaaaaaaaaa…
No outro dia, Flávia se encontrava arrasada, em estado de choque. Ligara para sua amiga, Maria, e ela logo chegara para consolá-la.
Flávia – Maria, você não acredita no que aquele cretino fez.
Maria – O quê, bêfefe?
Flávia – Ele queria muito transar comigo, sabe? Aí quando eu finalmente me entreguei ele simplesmente disse que não dava mais e foi embora.
Maria – Isso foi o que todos os outros fizeram.
Flávia – Você é uma péssima amiga, eu to superarrasada, e você fica me colocando mais pra baixo.
Maria – Amiga, vamos entrar em consenso, você fica trilouca quando tem um pinto dentro de você e precisa se controlar.
Flávia – E o que eu vou fazer? Tomar remédio?
Maria – Acho que umas aulas de dança melhorariam a situação.
Flávia – Você quer que eu pague mico?
Maria – Eu quero que você pare de terminar com um namorado todo mês e me deixe dormir numa noite de sexta para sábado.
Flávia – Quer saber?
Maria – Não…
Flávia – Eu vou achar um cara legal, que me curta e vou fazer essas aulas de polidance para acabar de vez com isso.
Maria – Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga?
Flávia saiu de casa determinada a dar a volta por cima e acabar de vez com sua fama de ninfomaníaca esquizofrênica. O primeiro estúdio que viu foi o de uma instrutora de polidance chamada Madame Lady (vai entender esse povo –‘).
Madame Lady – Olá querida?
Madame Lady era um travesti. O corpo tinha contornos perfeitamente femininos, mas o rosto largo entregava o seu verdadeiro sexo.
Flávia – Oi, a senhora que é Madame Lady?
Madame Lady – A própria Madame Lady Kate Sthefany Isabel Goma de Mascar e Raio Laser, prazer!
Flávia – O prazer é todo meu.
Madame Lady – E o que trouxe até aqui gata?
Flávia – Eu vim fazer aulas de polidance.
Madame Lady – Você trabalha em alguma boate?
Flávia – Não, eu só quero seduzir o meu namorado.
Madame Lady – Safadinha. Me conta uma coisa?
Flávia – Pode perguntar.
Madame Lady – Você fez plástica né? Por que sua cirurgia foi muito bem feita. Me diz quem foi o cirurgião…
Flávia – Eu sou uma mulher.
Madame Lady – É o que todos, quer dizer todas, dizem.
Flávia – Eu não vou ficar aqui nem mais um segundo.
Nossa heroína continuou sua busca e na outra rua encontrou um estúdio controlado por uma mulher de verdade e várias outras MULHERES inclusive frequentavam o lugar. Seu nome era Sandra.
Sandra – Seja bem vinda, querida, o que deseja?
Flávia – Eu queria fazer umas aulas…
Sandra – Para esquentar a relação, né? Desse jeito as boates vão falir… Venha comigo, querida.
Sandra levou Flávia para conhecer o lugar, havia apenas três salas, todas com paredes revestidas de espelhos e barras de metais fixadas em vários pontos.
Sandra – Gostou do local?
Flávia – Tá aprovadíssimo.
Sandra – Começamos segunda então querida, te espero.
Flávia – Brigada, dona Sandra.
No apartamento de Maria, ela não parava de rir nem um minuto. Flávia chegou ao ponto de sentir constrangida com as gargalhadas da amiga.
Maria – Quer dizer que você entrou num estudo de uma travesti com o nome maior que o da princesa Isabel?
Flávia – Isso não tem graça.
Maria passou mais uns minutos rindo para ganhar fôlego e responder.
Maria – Claro que tem graça, é hilário.
Flávia – E você acredita que ela pensou que eu fosse transex? Foi o cúmulo…
Maria – Transex… (gargalhadas trilhoucas) essa mulher deve ser uma resenha.
Flávia – Para com isso, parece até uma criança.
Maria – Está bem, vamos falar de coisa séria. Menina, e a bolsa de valores? Uma loucura…
Flávia – Não precisa exagerar na dose. Vamos sair hoje né?
Maria – Com certeza, você precisa achar um novo gato.
Flávia – Eu não to desesperada.
Maria – Claro que não está, você só faz aula de polidance com um travesti.
Flávia – Para!
Nota do autor*: Tentei abusar de todo o meu humor nesse episódio e ainda pitei um pouco de safadeza, por isso o horário nova, de 23hrs, espero que estejam gostando e não percam a busca de Flávia pelo autocontrole e um novo homem.