
Certamente, ”Salve Jorge” não é a melhor novela de autoria de Glória Perez. A renomada novelista foi capaz de atrair bem mais o público com outras de suas histórias. Também não se pode caracterizá-la como um fenômeno de audiência, visto que ela foi deslanchar apenas agora, faltando dois meses para seu fim. Também não dá para se elogiar algo que deixa tanto a desejar. Como citação, basta apenas lembrar os atores (atores de renome!) esquecidos pela autora, e os constantes furos de roteiro. Mas, uma coisa é inegável: a coragem e a astúcia de se desenvolver uma obra que trate de um tema tão polêmico, e pouco conhecido por muitos: o tráfico internacional de pessoas.
Somente Glória Perez, que assim como em outras novelas reservou um grande espaço para a abordagem de outros temas – tão polêmicos – como a psicopatia, esquizofrenia, imigração ilegal, e doação de órgãos, seria capaz. Mesmo que o público não tenha correspondido no início, ela demonstra grande importância, e serve de alerta.

O tráfico de pessoas sendo representado em Salve Jorge
É por isso que virou destaque de um jornal italiano, o ”Infooggi”, que destacou o principal tema de ”Salve Jorge”.
”Pode uma novela ter a ousadia de ir onde não aparece plenamente o direito internacional? Pode uma história de ficção como uma telenovela ser usada para educar a população sobre um problema: o de tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual? Pode lançar um olhar mais profundo sobre o que está acontecendo no Brasil ou na Argentina? A resposta é sim”, diz a matéria, que ainda relata que ela foi capaz de ”aumentar a consciência a respeito do crime e os relatórios sobre casos específicos”.
A trama também passou a apresentar melhores resultados nesses últimos tempos. Na última quarta-feira, por exemplo, bateu recorde de audiência ao registrar 43,3 pontos de pico.
Leonardo Gabriel