Clube do Medo | O Corredor da Morte (PARTE FINAL)

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PARTE 1 AQUI

PARTE 2 AQUI

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Realmente eu não sabia em como morreria, mas morrer sentado na fagulha velha parecia uma forma irónica de partir.

Das cinzas para cinzas, do pó para o pó.

Duas vezes ao dia, todas as semanas, o guarda Calie vem nos punir com várias chicotadas, pensaram que estamos em tempos modernos? Pois é, estamos, mas mesmo assim, às vezes, ganhamos algumas chicotadas por apenas fazer nada. Mas as chicotadas ficam mais frequentes quando o dia da execução do condenado se aproxima. Ou como eu diria, O dia do juízo Final.

Devo admitir que contar essa história para vocês parece ser um bom passatempo, às vezes até me esqueço de que a qualquer momento posso morrer, não pela Fagulha Velha, mas de fome. Comemos migalhas todos os dias, ou praticamente restos.

Ainda fico pensando, em como os outros presos de Molfon estão agora, como estão lidando com as coisas, sem a mim para arranjar, coitados. Meu Deus, quem me dera se não fosse eu!

 

A ferida em minhas costas estava dando escaras, e muito pus, se não morresse na cadeira Elétrica, morreria com as minhas feridas. Certo dia, vi um bicho saindo dela. Mas deixe isso pra lá! Vocês não devem saber de tudo o que acontece comigo. Certo dia, Barney, continuava a dizer que era inocente e, sinceramente, já estava começando a acreditar nele. Mas, é claro que eu não tinha certeza se ele realmente se ele era. Até que um dia, no corredor da morte, a verdade veio com um guarda.

O nome do guarda era Gentil, com um maço de cigarro ele me contava as peripécias que acontecia em Molfon. E nesse dia, ele me contou tudo sobre um novo prisioneiro que chegou. Fiquei impressionado, e tive a certeza que Andrew Barney, era inocente.

Tudo aconteceu assim…

 

FLASH!

 

INTRO/CASA DE BARNEY/QUARTO/NOITE

Barney caminhava vagarosamente pela sala de sua casa, iluminada pelos abajures em cada canto da casa. Em sua mão esquerda segurava uma enorme garrafa de vodka, e na outra mão um revolver RT 44 calibre restrito com cano comprido e 242mm, 6 tiros e mira ajustável e pesava em torno de 1315g.

Em off o som dos gemidos da esposa de Barney ecoava. Barney se contraiu, olhou para um portarretrato que estava em cima de uma escrivaninha velha e decaída. No quadro um casal formado por uma mulher sorridente e com longos cabelos louros, ao lado Barney também sorridente.

Barney, fitou profundamente o porta-retrato, uma lágrima desceu dos olhos e escorreu até o terno, o porta retrato caiu no tapete estufado. Barney caminhou mais alguns metros, chegou até a porta do quarto e lá viu sua amada transando com um jovem rapaz com aproximadamente beirando a casa dos 19 anos. Desviou o seu olhar para a RT 44, pegou na maçaneta e a girou… Depois a largou, não teve coragem de prosseguir, saiu correndo deixando a arma cair sobre o tapete aveludado.

Após sua saída, um outro homem, que observava a sequência deste o começo, no entanto estava escondido atrás da cortina da sala, pegou a arma que Barney deixou cair no tapete com um pano, para não deixar as suas digitais nela..

Ainda no jardim, Barney ouviu tiros. Se assustou, Quem teria disparado os tiros?, no entanto quando ele voltou para a mansão se deparou com os corpos de sua mulher e amante, e sua arma estava caída no mesmo lugar. Barney com os olhos lacrimejados, percebeu que aquele era o princípio do fim.

Em off, o som de sirenes ecoava a quarteirões dali.

E foi assim, como tudo aconteceu.

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Rapidamente fui contar para Barney, é claro que ele ficou paranóico, tinha a chance de sair dali. Queria por que queria falar com o diretor de Molfon, mas não conseguiu. Sua condenação já fora declarada, não tinha mais nada a fazer. E seria executado daqui a 4 dias.

 

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2 dias para a execução.

 

Andrew passou seus últimos dias calado, isolado, sequer trocava uma palavra comigo. Mas a noticia que Andrew era inocente começou a se espalhar por toda a prisão, e os presos exclamavam: Deus do céu! Barney é mesmo inocente!

E creio que sim, que ele era o único inocente de todos nós aqui.

Mas nesse mesmo dia, um guarda veio até a minha cela, e me conduziu a sala do diretor.

-Ora, ora! – Pronunciou Betaldiner, severo como de praxe.

E continuei ali, em pé, e sem olhar diretamente em seus olhos cor de fogo.

-Sente-se! Ande! Sente-se!

E assim eu fiz.

-Vejo que fez uma amizade nesse meio tempo, não foi?

-Sim – falei, inseguro.

-Olha, fiquei sabendo que seu amigo descobriu a verdade, certo?

-Acho que sim.

-Fale direito comigo, inseto!

-Sim senhor, ele descobriu.

-Pois bem, hoje você será liberado do corredor da morte, não só dele, como de Molfon. Será inocentado de todos os crimes, contanto que não fale mais nada a Andrew.

-Porque isso, senhor?

-Simples, certo dia, fui até o banco, do qual Andrew Barney, era gerente, minha vida estava a míngua, pedi um empréstimo, mas o desgraçado não me concedeu, me ignorou, me tratou como se eu fosse um verme. Agora ele deve pagar, o que ele fez comigo.

No entanto, fiquei a deriva, não falei nada. Com uma raiva tremenda Betaldiner jogou o copo de água em um quadro, que estava escrito.

“A JUSTIÇA CHEGA PARA TODOS”

Quando voltei para minha cela, peguei algumas coisas minhas, em cima de minha cama, achei um envelope, era um encomenda que tinha pedido a algum tempo, peguei o envelope, e o abri.

 

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Peguei minha bagagem, mas antes fui até a cela de Andrew me despedir. O olhei nos olhos, e ele retribuiu o olhar. Levei minha mão até a sua, e nos cumprimentamos.

-Te espero ver algum dia, velho amigo.

E então ele percebeu que eu tinha deixado algo em sua mão.

 

Ao longe senti o cheiro de liberdade. Os portões se abriram.

Eu estava livre! Livre!

 

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15 minutos para a execução.

Sentando em sua cama, Andrew observava na palma de sua mão um objecto.

-Pronto, Andrew? – Perguntou Calie educado.

Ele disse que sim com a cabeça.

E em seguida, Calie começou a raspar a cabeça de Andrew, e naquele súbito momento começou a chorar, calado, em silêncio.

 

Depois, ele vestiu um uniforme branco. E então o prenderam e o começaram a levá-lo para o corredor da morte.

-Posso tomar água antes? – Pediu Andrew.

Calie o permitiu. Afinal só era um copo de água.

E então ele tomou.

 

Quando chegou a ver a cadeira elétrica, seu corpo estremeceu. Em seguida o amararam. Molharam uma esponja e colocou em sua cabeça. E sem seguida um capuz cobrindo-lhe o rosto.

Todos os condenados, e o director de Molfon foi presencias a execução.

E, em seguida, Calie prosseguiu dizendo.

– Andrew Barney, a eletricidade passara pelo seu corpo, até que você morra, de acordo com a lei estadual. Que assim seja.

Barney, respirou fundo.

-Antes, quero dizer algo para o Diretor!

E todos na sala se contrairam, inclusive o director Betaldiner.

-Não tive culpa do ocorrido, eu era apenas o gerente, estava cumprindo ordens. Mesmo assim, me desculpa.

-Já chega! Ligar a 2! – Ordenou Betaldiner.

E assim se fez. Andrew gemeu, não demorou muito. E a execução já estava feita.

Andrew estava morto!

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Alguns dos guardas pegaram o corpo de Andrew, e colocou em uma maca, e o levaram para um local escuro. O guarda então abriu uma espécie de alçapão, e jogou o corpo lá. O corpo de Barney se colidiu contra outros corpos. Alguns minutos ali. A mão de Baney corta o saco preto que o prendia.

Estava vivo! Andrew estava vivo!

E então ele começou a correr, correr, correr. Parecia que sabia para onde iria. Como poderia sobreviver á 2000 vts?

 

2 DIAS DEPOIS.

Com uma roupa elegante, Barney foi ate uma delegacia e explicou as milícias e como Molfon tratava os condenados e aonde eles jogavam os corpos.

Os policiais no entanto, não mediram esforços, e foram prender Betaldiner. Mas, eu ouvi dizer que quando os policiais chegaram lá Betaldiner tinha se  suicidado.

Agora eu penso, o que deve ter passado na mente dele, além da bala? Pois é. Essa era a redenção de Molfon.

E outra, disseram que Calie chorou feito uma mulherzinha quando o prenderam. Ninguém, nunca mais ficou sabendo de onde estava Barney em nem de mim.

Alguns tempos depois Andrew e eu nos encontramos novamente. E nosso encontro foi em um lugar lindo do qual todos nós ex penitenciários, por assim dizer, desejamos.

Estávamos na sombra do braço do Cristo Redentor, Rio de Janeiro.

Nos abraçamos, e mostrei a ele a família que tinha no Rio. E depois fomos conversar em como tudo realmente aconteceu.

-Parece que tudo deu certo – confirmei.

-É, deu certo sim.

-E como foi? Conte-me

 

FLASH!

 

MOLFON/CORREDOR DA MORTE/TARDE

O fato que vem a seguir é narrador por Andrew.

 

Blue pegou um envelope e o abriu, dentro dele, continha uma cápsula. Em seguida foi até a minha cela, e me cumprimentou, deixando comigo essa cápsula e um pequeno papel escrito.

“Não sei se isso vai dar certo, mas não custa nada tentar. Essa cápsula que esta em sua mão é feito com aquela borracha que você me pediu, lembra? Pois bem, tome ela, quando estiver na hora da sua execução, ela fará com que a eletricidade diminua em contato com o seu corpo. Seu coração vai parar de bater, mas vai voltar em 15 minutos, vão te jogar junto com outros corpos em uma floresta, quando acordar corra, o mais rápido, há uma roupa para você na 89ª árvore a sua esquerda, vista-a e conte tudo o que há de mais perverso em Molfon. Se tudo der certo até aí, me encontre, estou no Rio de Janeiro, nos braços do cristo.

Espero que esteja bem meu amigo.

BLUE!

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-Perfeito! – Falei.

-E agora, aonde vamos?

Pensei e depois disse.

-Para qualquer lugar, que não seja no inferno.

 

E o sol de repente, pegou tons carmesins, dando origem a uma aurora boreal.

Fim!

O último conto do Clube do Medo acaba hoje!!!

Clube do Medo

Os presos de Morfon estão condenados…

á eletricidade passara pelo seu corpo até que você morra, de acordo com a lei estadual!

A temida cadeira elétrica!

a Fagulha Velha era cruel, imaginem mais de 2.000 volts passando pelo seu corpo…

Inocentes até que se prove o contrário…

Não ouviu nos noticiários? Sou inocente!

A verdade finalmente virá à tona…

Ele não teve coragem de prosseguir…

E uma proposta irrecusável!

Será inocentado de todos os crimes, contanto que não fale mais nada a Andrew…

Clube do Medo

Neste sábado às 22h30 no CLUB

Clube do Medo | O Corredor da Morte (parte 2)

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PARTE 01 AQUI

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Quantas vezes já tive pesadelos terríveis com a Fagulha Velha, aquela traiçoeira e perversa cadeira elétrica. Vendo aqueles condenados fritando. Uma coisa eu sei, a Fagulha Velha era cruel, imaginem, mais de 2.000 volts passando pelo seu corpo? Teria chance de sobreviver? Não, creio que não, ao menos se existisse algo, mas não, não mesmo!

 

O corredor da morte! A cadeira Elétrica, e um condenado inocente.

Com esses pensamentos, tive um pesadelo.

 

Hááááá – Gritos agonizantes.

Socorro!

Estou queimando!

 

O condenado se contorcia tentando se soltar, uma esponja mochada com uma solução especial escorria pela testa.

-Queima, Queima, Queima…

Sussurrava o terrível guarda Calie.

-Desligar a 2!

E um outro guarda obedeceu a ordem girando uma manivela, que desligou a energia que ligava a cadeira Elétrica. Três dos guardas retiraram os cintos que prendiam o executado, e por último retirou o capuz negro.

Deus do Céu!

E o morto queimado que estava sentado naquela cadeira, era eu.

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Despertei assustado, aquelas vozes começava a me perturbar, sussurros e grunhidos estanhos, e aquele pesadelo: eu, na cadeira Elétrica, queimando. Eu poderia ignorar as chances de morrer, mas uma hora ou outra isso haveria de ocorrer, e da forma mais horrenda possível. Senti na boca o gosto de queimado, mas só era um pesadelo.

Um pesadelo que iria se concretizar.

 

Andrew Barney veio falar comigo pela primeira vez, antes é claro de irmos para o corredor da morte, em meados do verão, praticamente 3 dias depois de sua estada em Molfon. Percebi por sua aparência, que era na outra vida um homem poderoso, mas nem o dinheiro compraria a sua liberdade. Ele chegou ao meu lado, e disse com a sua voz meio rouca e áspera.

-Fiquei sabendo que você é o cara que consegue as coisas, não é?

Olhei para ele, dos pés á cabeça, e depois o olhei nos olhos.

-Tudo que estiver ao meu alcance.

Ele deu um sorriso em falso, mostrando os dentes brilhantes de outrora.

-Queria que você conseguisse para mim, uma borracha.

-Borracha? – Perguntei achando o pedido estranho.

-Sim – ele confirmou.

-O que vai fazer com uma borracha em Molfon? – Ele me olhou, e continuei – apagar a burrada que você fez?

-Pensei que era só pedir, te pagar, e você arrumar o pedido, não se intrometer com o que iriamos fazer – Ele disse em um tom de ironia, mas suave.

-Olha, geralmente costuma fazer isso, mas, quando algo estranhamente é pedido, creio que eu tenha que saber para o que isso venha a servir, entende?

-Sim… Claro… – respirou fundo e prosseguiu – como disse vou tentar apagar a burrada que eu “Fiz”

As últimas frases soaram com o ar de isolamento, tristeza. Franzi o censo, ele ergueu as sobrancelhas.

-Tudo bem, isso lhe custara 8 maços de cigarro, e mais 100 dólares, pra virar cliente.

Ele deu novamente um sorriso de canto.

-Mas 8?

-A mercadoria passa pela alfandiga.

-Só ser for alfandiga mesmo, mas aceito os seus acordos – ele levou a mão para me cumprimentar – Blue, engraçado nome.

E quando se virou para ir embora, eu o chamei sua atenção.

-Afinal, porque fez aquilo?

Porque matou a sua esposa?

-Não ouviu nos noticiários? – Ouve uma pausa – Sou inocente.

 

Sim, claro, todos nós somos inocentes, e naquele mesmo instante me simpatizei com Andrew, o condenado a fagulha velha.

 

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15 DIAS PARA A EXECUÇÃO.

Demorei certo tempo para conseguir a mercadoria insana que Andrew me pedira tempos atrás. Agora oficialmente estamos no corredor da morte, uma vez lá, nunca mais saímos. Mas era lindo, exatamente era lindo o chão, liso com o piso de linóleo e brilhava com as poucas luzes que ainda reflectia no assoalho. Era longo, havia selas de todos os lados, no máximo 20, de 10 de cada lado. No final do corredor um quarto – provavelmente – a sala de execução, a mais temida.

A minha sela ficava ao lado de Andrew, assim, por sorte poderíamos conversar. Sim conversar. Naquele mesmo dia, descobri pelo cano do esgoto da minha privada que Andrew poderia escutar. Agora pensem, falar com outro cara pelo ralo de onde passa a minha merda e de outros condenados. Isso era realmente nojento e repulsivo, mas era a penitenciária de Molfon.

Com a boca e o nariz na passagem de merda, chamei Andrew.

E por ai começamos a conversar, jogávamos dama, conversávamos sobre Angelina Jolie nua, quadrinhos, enfim, tínhamos algo para fazer até o dia da execução de ambas as partes.

 Lembro-me, que amanhã, será o dia da execução de um dos condenados, e como é de praxe todos nos iriamos assistir.

 

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Eis que chega o dia de um dos condenados dizer adeus a esse mundo hipócrita. Ou pelo menos é assim que achávamos que ele era.

Naquela manhã, os guardas fizeram todos os procedimentos para a execução, rasparam a cabeça de John Vight, que foi acusado por estuprar e matar duas meninas dentre 11 anos de idade.

Faltava apenas 15 minutos para a execução, que estava programada para ás 12:00 em ponto. Prenderam John na cadeira, e no final o guarda se aproximou na frente de John e disse as seguintes palavras de sempre:

John Vight, á eletricidade passara pelo seu corpo até que você morra, de acordo com a lei estadual. Quais as suas últimas palavras?

-Estou indo para o inferno BB!

E após isso, os guardas não hesitaram, era meio-dia em ponto.

-Ligar á 2!

E todos os presos assistiram a morte horrenda de John Vight. O cheiro de queimado, aquele cheiro horrível.

Aquele ranger de dentes.

 

Depois de toda peleja, retiram o corpo, e o jogaram em uma maca e o levaram para um outro corredor, escuro e tenebroso.

A pergunta que não calava era, Quantas pessoas morreram ali? Quantas almas condenadas lamentaram? Quantos inocentes queimaram ali?

E em breve seria a vez de Andrew Barney.

E naquela noite tive um pesadelo.

 

9

FLASH!

 

A penitenciária estava escura, nenhuma luz ecoava, nenhum guarda, nada só a escuridão.

Espere! Havia uma luz, uma pequena centelha, que vinha do lado de dentro de uma porta blindada. Molfon era mais assustadora do lado de fora, não hesitei, e fui caminhado pelo gramado, até chegar nessa porta, da qual poderiam salvar de qualquer forma da escuridão.

Calada, fria e sombria.

Meus passos começavam a ficar mais largos, tentando sair logo daquele lugar. Quando me aproximei até a porta, ela abriu sem ao menos se toca-la, respirei fundo, agora estava em minhas mãos.

O lado de fora de Molfon ou O lado de dentro?

Fiz a minha escolha, entrei. E em seguida levei um susto, a porta atrás de mim, se fechou abruptamente, fazendo o som da batida sair em forma de ecos. Depois do susto me virei novamente para o corredor, mas as luzes que iluminava o corredor foram se apagando, uma seguida da outra, momentaneamente.

Como trilha, só o som da minha respiração ofegante. No breu.

E nesse momento, fui concebido com um vento subitamente apavorante acompanhado com um frio do atlântico. Mas durou poucos segundos, a ventania sessou, levando consigo o terrível frio. Ainda no escuro, optei por continuar a caminhar, não sabia para onde ir, então levei minhas mãos, até a parede, para ter uma noção de onde ir, deslisando suavemente minhas mãos pela parede, percebi que a densidade da parede mudou até certo ponto, senti como se tocasse em algo gelado, apalpei mais ainda.

Peixe. Gelo. As Geleiras do polo norte. Defunto!

Oh Deus! Defunto!

Sim, acabara de tocar um defunto. Retirei minhas mãos do ser. Tentei -me acalmar, precisava sair dali, encarei novamente por deslisar minhas mãos pela parede, mas novamente fui surpreendido por vários defuntos, um atrás do outro, engoli em seco, franzi o cenho. Mas continuei. Então, senti uma fechadura, acabara de chegar em outra porta. Senti a maçaneta, a toquei, e a girei.

Luz!

A luz, voltara. Demorei certo tempo, para que meus olhos se acostumasse com o aspecto, mas ainda com a retina embaçada, vi ao meu arredor corpos ensanguentados.

Pavor! O pior pavor!

Necrotério. Provavelmente eu deveria estar em um necrotério. Estava frio, muito. Os corpos estavam espalhados por todos os lados. E no meio dessa multidão de mortos, lá estava a cadeira Elétrica, e sobre ela assentado um outro corpo, com um capuz negro envolta de sua cabeça. Me aproximei, um silêncio tomou conta do local.

Frio. Pavor. Tensão. Silencio.

Toquei na mão fria do morto. A mão se mexeu, levei as minhas mãos para retirar o capuz da cabeça do homem, do qual ainda o sangue corria. Então.

Fechei os olhos de tanto medo. E antes de retirar o capuz.

A luz novamente se apagou. O frio cessou.

 

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Acordei assustado, me debatendo sobre a cama. Demorei certo tempo para voltar a consciência. Quando voltei fui logo contar o mais terrível pesadelo que tive em tempos. Contei a ele tudo, e é claro que ele ficou com um leve receio, afinal esse era um pesadelo do qual ninguém queria ter.

5 dias para a execução.

PRÓXIMA SEMANA NO CLUBE DO MEDO:

– Andrew Barney, a eletricidade passara pelo seu corpo, até que você morra, de acordo com a lei estadual. Que assim seja.

Barney, respirou fundo.

-Antes, quero dizer algo para o Diretor!

E todos na sala se contraiu, inclusive o director Betaldiner.

-Não tive culpa do ocorrido, eu era apenas o gerente, estava cumprindo ordens. Mesmo assim, me desculpa.

-Já chega! Ligar a 2! – Ordenou Betaldiner.

Clube do Medo | O Corredor da Morte (Parte 1)

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PRÓLOGO

 

INTRO/ CASA DE BARNEY/ NOITE

Barney caminhanhava vagarosamente pela sala de sua casa, internamente iluminada pelos abajures dispostos a cada canto. Em sua mão esquerda segurava uma enorme garrafa de vodka, e, na direita, um revolver RT 44, calibre restrito, com cano comprido e 242mm, 6 tiros e mira ajustável, pesando em torno de 1.315g.

Em off o som dos gemidos da esposa de Barney ecoava. Barney se contraiu, olhou para um porta retrato que estava em cima de uma escrivaninha velha e decaída. No quadro um casal, uma mulher sorridente e com longos cabelos louros, ao lado de um Barney também sorridente.

Barney, fitou profundamente o porta-retrato, uma lágrima desceu dos olhos e escorreu até o terno, o porta retrato caiu no tapete estufado. Ele caminhou mais alguns metros, chegou até a porta do quarto e, lá, viu sua amada transando com um jovem rapaz  que beirava a casa dos 19 anos. Desviou o seu olhar para a RT 44, tocou a maçaneta e a girou (…).

1

Em toda penitenciária de segurança máxima há sempre um cara como eu. Aquele que pode arranjar maços de cigarros, alguns livros capa dura, fotos de mulheres nuas, e até mesmo acesso a internet, se assim você quiser. Mas tudo o que estiver ao alcance.

Mas isso começou em 1935, quando a prisão de Molfon ainda estava lá, em Carolina do Sul, e é claro a cadeira elétrica também estava lá.

Lembro da primeira vez em que entrei em Molfon, fui acusado de estupro qualificado – Deus do céu, existe isso? – pois bem, se existe ou não, fui julgado de qualquer forma. Entretanto, nesse meio tempo vi coisas que até Deus duvida. Coisas que, se eu não contar para alguém, creio que eles não me deixarao em paz.

Mas, afinal, Molfon nunca esteve em paz. Muito menos a Cadeira Elétrica.

O corredor da morte é o nome mais tenebroso na penitenciária. Os presos costumavam brincar, e fazer piadas iriônicas sobre ela, eles falavam em como os testículos dos presos iriam virar ovos fritos, e davam nome a cadeira Elétrica, chamavam-na de Fagulha Velha. Quero deixar claro que essa não é uma estória da qual vocês tem que sentir dó, pelo contrário quero que sintam medo. Porque eu senti, aquelas coisas me perturbando, aqueles gritos de tormento. Por isso vou ter que contar, vou ter que desabafar.

E esse dia chegou.

O corredor da Morte, aguarda a sua visita.

 

Se vocês não se importarem quero falar para vocês, mas sobre o Corredor da Morte. Como já disse estou aqui há muito tempo e vi coisas terríveis, em 1935, a condenação pela Elétrica, ainda era legal nos Estados Unidos. Todos temiam, uma vez lá, nunca, jamais, nunquinha, voltariam. Molfon era conhecida por ser a prisão mais temida do Estado, os presos faziam questão de morrer ao invés de ir pra lá. Foram tempos difíceis.

 

Hoje tenho 54 anos, do muito que já vivi, tenho direito absoluto na prisão, mas não foram bem assim no começo. Quando entrei em Molfon, eu ficava pensando em quantos estrupadores, assassinos, malfeitores, e inocentes já sentaram na Fagulha Velha. E aqueles gritos? Aquelas almas? Para onde iriam? Estariam vagueado por lá? Deus, não quero nem pensar.

A cadeira Elétrica é talvez algo que nós tomamos como concedido para hoje em dia como o mais rápido 
caminho e a mais humana forma de executar um ser humano. Nos primeiros dias, no entanto, os defensores do uso da eletricidade como um meio de morte, teve que provar que era realmente a maneira mais proficiente de execução. Mas é claro eu isso só foi nos primeiros anos. Apartir de 1976, quando um homem chamado Kammelet não morreu, como era esperado. Kammelet ficou 17 segundos ainda vivo, e vendo a pele queimada saindo de seu corpo, no ar o cheiro de carne queimada, fétida. Depois desse caso, os governantes começaram a pensar menos na cadeira Elétrica, e ficando mesmo com o enforcamento. Mas isso foi provisório, depois que não teve mais incidentes, a Fagulha Velha voltou a dar o ar de sua graça.

Bem, aonde quero chegar é que não sou nenhum telepata, ou um John Constantine, muito menos George A. Romero. Contudo o que quero explicar a vocês é que, como estou a tantos anos aqui, fiz amizades com quase todos os detentos no corredor da morte. Em 1930 conheci um cara chamado Andrew Barney, o cara ficava na defensiva, quase não falava nada, entendem?

Barney foi acusado de matar a esposa e o amante, os dois foram encontrados transando loucamente, e Barney viu tudo, mas tenhamos que admitir, a vagabunda da esposa de Barney era linda.

Andrew foi condenado à prisão perpétua pelas duas mortes. E ele ainda insiste em dizer que é inocente. Acho que ele vai se dar bem aqui em Molfon, porque todos nós somos inocentes, não é mesmo?

 

Ops! Esqueci de me apresentar! Que falha minha, me chamo Green, exatamente, Green conhecido por só receber verde nas folhas de libertação de prisioneiro, isso é para saber se eu estou apto a ir para o outro mundo, o mundo da liberdade.

Agora já que vocês sabem do corredor da morte, da cadeira Elétrica, de Andrew Barney e de mim, acho que a hora da gente ir contar esta estória chegou, então vamos, entre até a minha sela, é logo ali no final do corredor.

2

Molfon já teve vários diretores, em 1878 o diretor Stefan Woo, foi o causador da maior rebelião, deixando os presos sem ar, e sem água tudo isso porque um idiota comeu um bombom que ele havia deixando em cima do balcão, mas o interessante nisso, sabe o que é? É que o tal idiota que comeu o bombom, morreu dois minutos depois, aquilo era tudo um plano de Stefan.

A ascensão de Stefan ocorreu de 1878 á 1890, dizem que ele morreu de causas naturais, mas todos os presos sabiam que não, não mesmo.

 

Depois de Stefan veio outros, e outros, e chegamos ao horrendo Betaldiner Snotfield, sim é um nome difícil de se pronunciar, e também difícil de se compreender. O desgraçado foi o responsável por mandar Barney para cá, creio eu que Snotfield tem algo para ele. Mas isso a gente vai saber depois.

 

As luzes de Molfon, se apagaram momentaneamente, hora de dormir. Quando se esta preso, a noite demora a passar, não só a noite como o tempo. Um minuto no inferno é o equivalente a um ano em Molfon. E, naquele dia, os presos começaram a sacanear com os novatos.

 

-Ei gorducho! Que traseiro enorme você tem! Sabia que, aqui em Molfon têm as Bichas que gostam muito de gordinhos…

E todos os presos do pavilhão começaram a rir.

-Amanhã a gente vai te apresentar elas viu?

E o tal gordo não aguentou a pressão e começou a gritar.

-Aqui! Me tirem daqui! Esse não é o meu lugar! Eu sou inocente!

Na verdade, todos nós somos inocentes, lembra?

– Mas que porra é essa? – Era a voz do guarda mais temível de Molfon, Calie.

Nada chefe! – Esbravejou um dos presos.

Me tire daqui! Eu quero a minha mãe!

O Gorducho deveria calar a merda da sua boca.

– Cala essa merda de boca, ou eu serei obrigado a enfiar o meu cassetete nesse seu traseiro gordo!

 

Mas o cara não calou, coitado. Calie tirou as chaves do bolso abriu a cela e puxou o gordo pela gola do uniforme penitenciário, em seguida o jogou no chão e começou a dar-lhes pontapés, socos, Deus do céu! Calie fez o que disse que iria fazer. Pegou o cassetete e enfiou naquele lugar, bem no traseiro do pobre coitado.

Aonde o sol não bate.

Lembro-me que os presos não aguentaram ver aquela cena de estupro, depois do trabalho feito os guardas deixaram o corpo lá, espatifado, frio, morto.

Mas o que me surpreendeu foi que, Andrew Barney, não disse nada, não deu nenhum pio.

 

3

 

No dia seguinte, depois daquela cena horrenda, perguntei para um dos enfermeiros de plantão na noite passada se ele tinha notícias do gordo.

– O médico já tinha ido embora, coitado. Quando o doutor chegou hoje cedo, já não se podia fazer mais nada.

Contei para ele quem eram os responsáveis de deixar o tal gordo naquele estado. Barney estava do nosso lado no refeitório, e soube também da notícia.

-Qual era o nome dele? – Perguntou Barney, na defensiva.

-E o que isso importa? O cara já morreu! – esbravejou um sujeito ao meu lado.

-O cara morreu sem um nome – disse Barney.

 

E realmente, o cara gordo morreu sem um nome. Aquele assunto logo, logo foi esquecido, dando passagem para outros mais importantes como, a fuga de um prisioneiro pelo esgoto.

 

4

Naquele dia mais tarde, Calie recolheu todos os presos condenados a Cadeira Elétrica para o corredor da morte. Os primeiros dias te deixam livre – por assim dizer – contudo para mostrar a gente o lado bom e o ruim de que poderíamos ter em Molfon. Os guardas enfim recolheram em torno de 15 condenados, e dois deles eramos eu, e Andrew Barney.

Neste sábado, uma história de possessão no Clube do Medo

Perigo Interno

Frederico e Angelina estão casados a um bom tempo, mas essa relação nunca deu certo para nenhum dos dois.

“Você é um incompetente mesmo! Não consegue nem ao menos se manter na droga de um emprego.”

Em 1930, eles eram apenas mais um casal afetado pela Grande Depressão e são obrigados a se tornar ladrões para sobreviver.

“Seremos um casal do crime!”

A vida do crime vai servir para estabelecer uma cumplicidade entre os dois, mas o demônio cerca aqueles que pecam e Angelina, com todos os seus erros do passado, pagará.

“A alma dela é suja como esse lugar. O coração dela é murcho, esta mulher possui uma mente podre. “

A vida dela estará nas mãos de Fred, porém o perigo interno não vai facilitar para ela!

“Uma mulher imunda que nunca o respeitou, nunca o deixou agir por si. Você a perdoará?”

NESTE SÁBADO

ÀS 22H30, MAIS UM CONTO APOVARANTE

Clube do Medo | Sophie, a paranormal (Parte Final)

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PARTE 1 AQUI

PARTE  2 AQUI

12

Faltava poucos minutos para a chegada de Tony. Sophie estava tão apreensiva que os moveis subiam ao teto. E, escondida atrás da porta do porão, estava Mara, com uma faca.

Felizmente uma buzina de carro soa. Sophie não hesita, e sai rapidamente de casa. Os olhos de Tony encheram de lagrima, seu rosto corou. E se deslumbrou vendo a menina, linda que descia a escada de casa.

-Voce, voce está linda!

-Obrigada.

E Tony, abriu a porta do carro. De lá foram para a festa. E da janela Mara, viu o carro sumir na escuridão.

13

BRINCANDO COM SANGUE 

Tony e Sophie chegaram elegantemente. Sophie percebeu que as meninas usavam preto e vermelho, mas nenhuma usava branco.

-Tony, eu, eu sou a unica que esta de branco.

-O que é que tem?

-Sei lá, vão me deixar entrar?

-Olha, primeiro, você está original, segundo: sim, vão te deixar entrar. Vamos?

Ela concordou com a cabeça. Quando Tony desceu do carro, todos os convidados levaram seus olhos até eles, e ele foi abrir a porta do carro para Sophie descer. Quando ela desceu todas as pessoas ficaram encantadas com a forma linda que Sophie estava vestida.

-Estão olhando pra gente – falou Sophie em sussurro.

-Não, espere, aquele… não ele olhou.

Antes de entrar na festa, Tony olhou para trás, e viu o carro de Kate e dos outros, ele estranhou.

-Vamos? – alertou Sophie.

-Sim, vamos.

Sentaram nas cadeiras ao arredor da mesa. Alguns dançavam na pista de dança, outros bebiam um ponche, e alguns ainda terminavam alguns preparativos.

-Vou pegar um ponche, você quer? – perguntou Tony.

-N.não, obrigada, eu não bebo.

-Vamos, Sophie, hoje é o seu dia.

-Tudo bem.

Tony pegou um copo, e pegou a imensa colher de plastico, e ao seu lado apareceu a professora Jean Clear.

-Olá Tony?

-Olá, senhorita Jean, está deslumbrante.

-Obrigado, o que lhe deu na cabeça para convidar Sophie ao baile?

-Porque me pergunta isso?

-Diga, só quero saber, a menina já tem problemas maiores em sua vida, não quero que a magoe, entendeu?

-Professora, pode ficar tranquila, eu gosto da Sophie. E não vou deixar ninguém maltratar ela, ninguém.

-Então, aproveite a festa.

-Igualmente.

E Tony, levou o ponche para Sophie, que engasgou no primeiro gole.

-Cuidado, beba devagar – Disse Tony, seguido de uma leve risada.

Depois de danças, sorteios, e muita musica. O Diretor da escola, John Weels anunciou.

-Senhoras e Senhores, distribuiremos a seguir os papeis para a votações do Rei e Rainha do Baile. Enquanto isso, curtam uma musica, digamos…. Melosa, divirtam-se!

E o Dj, soltou uma musica romântica, e todos os pares começaram a dançar coladinhos.

-Sophie?

-Sim?

-Vamos dançar?

-Não, não mesmo, eu não sei dançar.

-E quem disse que eu também sei?

E os dois riram.

E ela aceitou, foram para o centro da pista, Sophie apoiou o rosto no ombro de Tony, mas a música logo sumiu, restando para os dois, somente o barulho dos corações batendo. Uma lagrima escorreu dos olhos de Sophie. As pessoas, deram espaço para os dois. E então começaram a dançar.

Luz. Trevas. Vida. Morte. Amor. Ódio. Medo. Felicidade. O paraíso.

A Morte é fácil, tranquila… a vida que é muito mais difícil.

E quando perceberam, a musica já havia acabado, seus lábios se encontraram.

Um beijo, um beijo apaixonante.

Uma explosão de sentimentos. O coração palpitou. E todos começaram a bater palmas. E até que Sophie e Tony, perceberam. E sorriram um para o outro..

No lado de fora do estadio…

-Kate! Você não acredita no que eu vi!

-O que? Peste! Fala!

-Tony, beijou Sophie, na frente de todo mundo. E todos começaram a bater palmas.

Kate, ficou boquiaberta, começou a caminhar de um lado para o outro.

-Sheron! É hora de por o plano em ação!

André ligou para Tony.

-Sim?

-Tony! Amigão!

-André? Aonde você está?

-É… Estou chegando no baile, e você aonde está.

-No baile.

-Há sim, fiquei sabendo, e a Sophie, como vai?

-Diga André, o que você quer!

-Nada cara, só te falo uma coisa. Não se apegue às coisas tão facilmente, a qualquer hora você pode perdê-la.

E então, André desligou. Tony, ficou em silencio, confuso, o que ele queria dizer? E então ele olhou para Sophie, que mostrava um sorriso de orelha a orelha, e então ele também sorriu.

17

BRINCANDO COM SANGUE ll

-Kate, todo mundo já votou. E o balde, já está pronto. Os resultados… Manipulados.

-Certo. Agora é comigo e com Sheron

-Senhoras e Senhores, os resultados já esta em minhas mãos, e os vencedores são…

-Sophie? – Chamou Tony.

-Sim?

-Vamos sair daqui?, vamos jantar fora?

-Mas, já? Tudo bem, vamos.

-…Tony Tompson e Sophie Brown!

E todos olharam, estranhando a decisão. Inclusive Sophie e Tony.

-Por favor, venham até o palco – chamou o Diretor.

Tony, ainda pensativo, pegou delicadamente na mão de Sophie e a levou até o palco. Lá, uma fileira de rosas foram dadas a eles, uma coroa colocada na cabeça de cada um, um cetro foi dado á tony, e um buquê de flores á Sophie, que sorria mais do que ninguém. E então o Dj, soltou a musica da qual eles se beijaram. E os dois se olharam. Mas foi nesse momento em que veio na cabeça de Tony um pensamento.

-Não se apegue as coisas tão facilmente, a qualquer hora você pode perder ela.

-Não sei o Kate quer fazer, mas temos que obedecer.

Esses e outros pensamentos invadiram sua mente, e ele sentiu uma gota de algo respingar em seu nariz. Certificou do que era, e percebeu que era sangue. 

…. 

-Vai, Sheron! Puxe a corda! Puxe! – Ordenava Kate para mim.

-Não, eu não posso fazer isso!

E então dei a corda para Kate, que não hesitou, puxou a corda.

E o balde despejou algo.

… 

Tony, no entanto olhou para cima, e viu um objeto que parecia um balde. Ele então levantou do trono, e tentou chamar a atenção das pessoas, mas a musica estava alta. E naquele súbito momento, o balde despejou o que nele contia.

Sophie no entanto, demorou a perceber mas quando percebeu, estava encharcada com uma coisa morna, e então ouviu uma pessoa dizer.

Meu Deus! É sangue!

Em seguida o balde que derramou o sangue, cai. Tony, age mais rapido e tira Sophie da linda de queda. E então o balde cai em sua cabeça, a batida foi forte, tremenda que ele caiu de olhos abertos. Sophie, paralisada, olhou para o corpo do amado, e então, deixou o buquê cair no chão encharcado, sua pupila dilatou.

As pessoas começaram a rir, uma seguida da outra. Ao lado de fora, Kate e sua trupe, também começaram a rir. E eu não suportei aquela cena. E corri, corri o mais rápido que pude, para longe dali.

Estão rindo de mim novamente, estão rindo de mim!

Pensou.

E uma segunda risada se juntou com as primeiras, e depois outra e outra. E em seguida veio a terrível sensação de ódio e   desespero, que invadiu o seu peito freneticamente, ela só pensava em sair dali, em correr, sair da luz e entregar-se a escuridão. Mas seria difícil correr no melado de sangue. Naquele instante os professores foram ver se Tony, estava bem, mas a essa altura já podia se fazer mais nada.

Jean, se aproximou de de Sophie.

-Sophie, deixa eu te ajudar.

-Estão rindo de mim!

E então ela contra-atacou.

Eliminar

Jane, voou longe, contra a parede e caiu de bruços no chão, todos sessaram as risadas. E então Sophie correu, correu pela multidão  e uma pessoa colocou o pé na frente, Sophie tropeçou, começou a se rastejar, ficou de quatro e conseguiu se levantar. Olhou para todos que a fitaram.

Eliminar.

As portas se fecharam abruptamente, e os fechos foram arrancados, juntos, sozinhos, ouviu-se pessoas gritando desesperadas, e aquilo se formou em música, uma doce musica para Sophie. 

Algumas pessoas começaram a tentar abrir as portas, mas estavam emperradas, e então Sophie percebeu o seu poder.

Poder!

E avistou alguns fugindo pela tubulação.

Eliminar, Fogo e Aguá.

Começava a chover dentro do ginásio  E todos se afastaram das portas. Sophie sorriu. A secretaria da escola, foi até ao palco e pegou no microfone.

Sophie percebeu, e lembrou que aquela era a mulher que fez uma piada irônica no dia de sua primeira menstruação.

E então, Eliminar.

A mulher ficou dura, começou a levar um choque tremendo, horrendo, o cabelo ficou em pé, a boca abriu como de um peixe. Foi engraçado, Sophie achou.

Eliminar

Sophie eliminou todos o seu ódio:  as luzes estouraram, o fio eléctrico bateu em uma poça de aguá  por todo o ginásio  Houve uma explosão, saíram faíscas, e todos que estavam no chão molhado levaram choques, alguns voaram longe, outros se estabacaram no chão. Estavam todos mortos.

Eliminar

As portas explodiram, e Sophie saiu do ginásio. Levantando carros para cima, fazendo com que eles se amassassem e caíssem novamente. Mas ao longe, Sophie avistou Kate, André, Ana, Gabriela, Carou e mais alguns outros.

Eliminar.

O carro amassado se levantou no ar, e foi jogado para cima deles, que … Deus do céu, não foi possível reconhecer os corpos.

Ás, 0h43 a situação no ginásio era crítica. Uma explosão ensurdecedora  tomou conta, levando o ginásio à ruína  Sophie ainda insatisfeita foi para casa, matar a mãe.

Quando chegou em casa, Sophie ,no entanto, se sentiu suja, foi até a banheira tirar de seu corpo aquele cheiro nojento. Mergulhou na água, que antes era cristalina, com os olhos fechados. E lá ficou. Mas os abriu depois que percebeu que alguém a sufocava.

-Você é suja, Sophie!

Arquejava Mara.

Sophie se contorcera, começara a ficar sem ar, mas lembrou que tinha poder, olhou para a mãe, piscou os olhos duas vezes, e a mulher foi arremessada para a outra parede. Sophie aproveitou e levantou-se da banheira. Olhou para o chão e viu uma faca. Que provavelmente Mara trouxera. Sophie não hesitou, percebeu que a mãe se levantara, e então.

Eliminar

A faca flutuou e encontrou o cranio de Mara. A lamina atravessou a cabeça, e o corpo ficou pendurado, e a mulher de olhos abertos. Sophie respirou aliviada. E deitou-se novamente na banheira. E dessa vez, ela não iria voltar a respirar.

E foi ai, que eu cheguei. Mas já era tarde, Sophie estava desacordada, tirei-a da banheira, coloquei-a no corredor e tentei fazer respiração boca-boca. Ela voltou por um instante, e puxou o meu cabelo, até seus lábios e disse.

-Conte o que houve aqui, era uma vez um sonho de felicidade.

E me largou, a menina apagou. Seu coração parou de bater. Ouvi sirenes.

HOSPITAL DE NORTE SULIVAN / CERTIDÃO DE ÓBITO
NOME: SOPHIE CARLOTTE BROWN 14 ANOS
ENDEREÇO: AV. CALIE – NOVA JERSEY – EUA 023548
SALA DE EMERGENCIA: NÃO

AMBULÂNCIA: Nº13
TRATAMENTO MINISTRADO: NENHUM

M.P.X: SIM
DATA E HORA DO ÓBITO: 15 DE DEZEMBRO DE 1995 – 01H04(APROX)
CAUSA DA MORTE: HEMORRAGIA, CHOQUE, OCLUSÃO TROMBOSE CRONÁRIA.
PESSOA QUE IDENTIFICOU O CORPO: SHERON ODONELL
PARENTE PRÓXIMO: NENHUM
CORPO A SER ENTREGUE: ESTADO DE NOVA JERSEY.
MEDICO DE PLANTÃO: JHONNATAN CARNEIRO M.D
PATOLOGISTA: FM

Mas quando me aproximei, encontrei pintado na lapide a sangue fresco, no bangalô dos Brown: Respondi tudo o que os policiais perguntaram, contei sobre Sophie, e o que ela me dissera antes de morrer. Mas é claro, me acharam louca, mas também concordei com eles, fiquei paranóica, tenho pesadelos todas as noites, não tenho uma noite de paz. Acho que pago pelos pecados das pessoas que fizeram mau para Sophie, e eu entendo, eu fiz parte disso. A noite do baile entrou para historia. A escola fechou. E foi montado um memorial para todos os alunos mortos naquela catástrofe  E eu fui a única que saiu viva. Hoje, passo os dias da minha vida em um manicômio  o espirito de Sophie não me perturba la dentro. Mas às vezes, mesmo sabendo do perigo, visito o seu túmulo. Os seguranças sempre ficam a 10 metros longe de mim, deixando eu prosseguir sozinha até o túmulo de Sophie. Eles não ousariam a chegar mais perto.

SOPHIE BROWN ARDE POR SEUS PECADOS

DEUS, NÃO FALHA! 

E, de repente, os braços de Sophie erguem da terra.

PRÓXIMO SÁBADO NO CLUBE DO MEDO:

PERIGO INTERNO

Frederico e Angelina estão casados a um bom tempo, mas essa relação nunca deu certo para nenhum dos dois. Em 1930, eles eram apenas mais um casal afetado pela Grande Depressão e são obrigados a se tornar ladrões para sobreviver. A vida do crime vai servir para estabelecer uma cumplicidade entre os dois, mas o demônio cerca aqueles que pecam e Angelina, com todos os seus erros do passado, pagará. A vida dela estará nas mãos de Fred, porém o perigo interno não vai facilitar para ela!

Um conto sobre possessão…

do mesmo autor de Medo da Verdade, As Nordestinas e Caminhos Singelos

João Paulo Alves

Clube do Medo | Sophie, a paranormal (Parte 2)

clubmedo1

PARTE 1 AQUI

5

No dia seguinte, Sophie levantou agitada, não conseguia voltar a dormir, pensando em como seria o seu dia no colégio. Os únicos momentos que Sophie tinha sossego eram quando dormia, às vezes, pois, em certos momentos, tinha pesadelos horríveis, via sangue em todos os lados. Faltavam apenas poucos dias para o baile, o fato era que a pobrezinha não iria, quem iria convidá-la? No colégio, todos sabiam em como Sophie olhava para o Tony, o capitão do time de futebol, era o único garoto que a olhava sem repulsa, sem gozação, mas ele nunca de tal jeito demonstrou algo por ela. Os seus amigos, costumavam curtir com ele dizendo em como seria uma transa com Sophie. Mas ele nunca achava graça, tinha dó, achava errado o que Kate e suas amigas faziam com ela.

Naquela manhã, quando Sophie se levantou, olhou para o espelho, e lembrou-se do que fizera com o Alex, na tarde do dia passado. Ela se encarou e disse.

Quem realmente eu sou?

Sua pupila dilatou, o espelho rachou. Levou um susto.

-Sophie!

Mara subia as escadas, estava indo ao encontro de Sophie. Ela olhou para o espelho espatifado, o que iria explicar para mãe? Como o espelho rachou?. E então ela pensou rapido.

-Que barulho é esse?

-Nada, mamãe, só foi a escova que caiu na pia.

Mara olhou ao arredor do quarto, tudo estava normal, levou o olhar para o espelho, estava intacto.

Intacto?!

-Humm, ficou sabendo do que aconteceu com o Alex Rufallo?

Sophie engoliu em seco.

-N.não, o que aconteceu?

-Parece que ele brigou com alguém, deslocou a coluna, e quebrou os dois braços – a frase veio acompanhada de uma risada maléfica.

-Coitadinho…

-Agora, se apronte, já está atrasada para a aula, e antes, irá para o porão. Curar-se dos pecados que você teve em sonho.

-Como, como quiser mamãe.

E Mara, saiu do quarto. No mesmo instatante Sophie levou o olhar para o espelho, de perto, notava-se uma rachadura.

Respirou fundo, aliviada.

Sophie se arrumou, e quando digo que se arrumou, digo que ela tentou se arrumar. Como era a semana para o baile, tentava ficar mais bonita, para ver se despertava o interesse de Tony por ela. Passou blush, e, em seguida, um batom bem avermelhado, mas fez tudo isso apenas quando saiu de casa, Mara, jamais podia imaginar a peripécia da filha. Abraçando os livros contra o seio.

Quando chegou no colégio, todos a olharam de rabo-de-olho. Sophie ignorou os olhares, e continuou caminhando, o céu começava a soltar trovoadas, o tempo permanecia dublado e as nuvens ficaram carregadas. Ao longe, Kate, eu, e mais alguns da trupe, e inclusive Tony a olhou, sim, pela primeira vez.

Sophie entrou no colégio, caminhado pelo corredor encerado. Era a única no corredor, em off, somente o barulho de seus passos. E, enquanto isso, no lado de fora, todos começavam a cochichar e se aglomerarem com cuidado, observando ao longe, o ato seguinte de Sophie.

Tudo estava muito estranho. Sophie, abriu o seu armário escolar. Quando abriu, sentiu um frio na barriga, um medo, uma vergonha, e tudo que aconteceu com ela no dia passado, passou em sua mente.

Reze! Reze! Reze… M-enstruada, M-enstruada, Soca rolha! Soca Rolha. Voce deve morrer Sophie! Morre Sophie!

Dentro do armário, Sophie se deparou com uma boneca ensanguentada, com pacotes de absorventes abertos e expostos de maneira irracional. Tudo isso significava o seu sangue menstrual.

Sophie pôs as mãos na face, se ajoelhou em frente ao armário e começou a chorar enquanto ouvia os risos a sua volta.

Aquelas gargalhadas diabólicas.

E eu não suportei ver aquela cena, e sai dali, peguei o meu carro e fui embora. Todos da turma esperavam por aquilo. E ela olhou para todos, gravou o rosto de cada um que ria dela.

Estão rindo de mim!

Ela pensou. Ao lado de Kate, uma menina chamada Karietta, se aproximou de Kate e disse.

-Nossa Kate, voce foi… muito má! – Disse irônica.

-Essa, paranormal, ainda não viu nada.

Kate falou, seguido de um riso diabólico.

7 

É claro que tive que voltar para a aula, no mesmo dia, mais tarde, Kate, contou para alguns de seu grupo, o seu plano maléfico, mesmo achando ruim, eu iria participar, e Tony também. Certo que no mesmo instante Kate, me pediu para falar com a isca, Tony Tompson.

Me aproximei do campo de futebol, sentei no banco de torcida e esperei o treino terminar. E assim me aproximei de Tony, como se não quisesse nada. E não queria.

-Tony?

-Diga, Sheron.

A voz do homem era encantadora, suave e saia da boca como melodia.

-Kate me pediu para falar com você sobre Sophie.

Percebi que ele engoliu em seco.

-O que ela quer?

-Simples, convide Sophie para o baile.

E nesse momento, ele deu uma risada sarcástica, como se tudo isso fosse uma pegadinha.

-Olha, eu também não quero, mas se não ajudar a Kate, ela… ela vai nos ferrar nessa escola, sabe como ela é, já namorou com ela – tentei explicar.

-Mas, a Sophie? Logo a Sophie? O que ela quer com isso?

-Vingança.

-Vingança? Por quê?

-É uma longa historia. Mas faça, impressione a Sophie. Ela gosta de você.

-Meu Deus…

-Deus não esta aqui agora para nos ajudar, Tony. Muito menos ajudar a Sophie.

Tony ficou pensativo.

-Eu vou convida-la, mas o que quer que Kate esteja planejando. eu não vou fazer parte. Vou convidar Sophie, pois… acho ela legal, diferente.

-Tanto faz. Então fica assim, né? Eu já vou indo.

E saí, deixei Tony pensativo.

Ao sul, um trovão estalou, anunciando uma tempestade.

Naquele dia, uma chuva tomou conta da pacata cidade. A água da chuva varria as ruas imundas, levando tudo para o bueiro mais próximo. Sophie caminha por essas ruas, voltando para casa, com os cabelos soltos e encharcados e toda molhada. Ao longe vindo em sua direção um Porshe 911 turbo deu sinal, e parou ao seu lado.

Sophie se contraiu, poderia ser um molestador. Um homem mau. Mas não era, o vidro escuro do carro, abaixou. E ela percebeu que era Tony Tompson.

-Sophie! Esta chovendo muito – Ele falou em um tom mais alto, por causa do barulho dos trovões.

-Sim está! – Ela falou, e quase em forma de gaguejo.

-E esta frio também, venha, entre, te dou uma carona.

-Não tudo bem.

-Venha! Você quer que eu desça do carro e me molhe? – perguntou ele, agora com o tom suave.

-Não! – Ela respondeu, batendo o queixo de tanto frio.

-Então entre, ou vou ter que sair.

Sophie, hesitou, e então abriu a porta do carro, mas, antes de entrar, pela primeira vez na vida, depois de muitos e muitos anos, Sophie deu o seu primeiro sorriso.

Tony deu partida. Dentro do carro, ambos não se olhavam, com vergonha um do outro.

-Vou ligar o aquecedor, pra você – disse Tony.

E Sophie retribuiu o elogio com um leve sorriso de canto.

-Você é linda – Disparou Tony.

E nisso, Sophie engoliu em seco, seu coração palpitou.

Ele está brincando comigo?

Ela pensou.

-Como?

-As pessoas ficam rindo de você, mas, eu sinto dó do que elas te fazem.

-Eu não quero que sintam dó, muito menos pena. Só quero que parem de rir de mim.

-Entendo. Contudo, o que acha de calar a boca de todo mundo?

-Não entendi.

-Sophie, – E Tony parou o carro na porta de casa de Sophie – Quer ir ao baile comigo?

Demorou certo tempo, para a ficha cair, e a felicidade invadir o coração cheio de ódio de Sophie Bronw.

-Por quê eu?

-Eu não iria para baile mesmo, mas vejo que isso é importante pra você, e será pra mim também. Então o que acha?

-E.Eu, a…

-Aceita?

-Sim, é! Eu aceito.

-Tudo bem. Acho que chegamos.

-Sim, sim, chegamos, muito obrigado.

E quando Sophie abriu a porta para sair. Foi surpreendida por um leve, doce, e incomparável toque da mão de Tony.  Ele a puxou para perto, com cuidado, suavemente.

-Ninguém mais vai rir de você. Eu prometo – Terminou a frase, seguida de um beijo na testa de Sophie.

E então, ela saiu. E o carro, zarpou.

9

Quando Sophie abriu a porta de casa, se deparou com a face enrugada da mãe.

Eu não vou deixar ela me maltratar!

Pensou.

-Esta com uma cara de felicidade, Sophie.

-Sim, mamãe, estou muito feliz.

-Posso saber por quê?

-Vou ao baile.

Mara franziu o cenho, não gostou de nada o que ouviu da menina.

-Como é que é? – Perguntou indagada.

-Eu vou para o baile amanhã com Tony Tompson, o jogador-de-futebol-do-colegio-Bringstone – Falou, com tanta felicidade, e tanta certeza que quase emendou as palavras.

-Não! Não, voce não vai! Isso é pecado Sophie, isso é do mundo!

-Não pode me impedir disso! – Arfou Sophie, encarando a mãe.

-Mas se eu não vou! Deus, O todo Poderoso de Todas as Coisas, vai!

-E então que ele que impeça, se ele não impedir eu vou. Mas a você, desculpe, mãe, mas você eu não obedeço.

-Na tábua da lei diz…

-Eu sei o que diz, mamãe, e sei mais do que você, eu honro meu pai e minha mãe, mas isso, vem me trazendo muito desgosto! – respirou – Eu nunca tive mãe…

Mara, ficou perplexa. Aturdida. Sua filha, pela primeira vez, a desafiou. E então, Sophie, de costas para sua mãe, subiu as escadas, no ultimo degrau, ela disse.

-Eu não tenho uma mãe. Eu tenho um monstro.

10

A noite foi longa para Sophie. Seu quarto era iluminado por velas, e os rápidos trovões da chuva de madrugada. Passou a noite toda costurando, cortando, desfazendo, costurando novamente o seu vestido para o baile.

Havia uma ferida, sim. Mas curada, como se nunca tivesse havido ferida.

Quando amanheceu. A chuva já havia cessado. Mas as ruas ainda estavam molhadas e o céu permanecera cinzento. Depois de alguns minutos, chegou ao colégio. As pessoas elevaram novamente o olhar para ela, mas ela nem se quer notou. Quando caminhava pelo estacionamento da escola, Kate e sua trupe, esperava mais um momento de gozação com Sophie. Ela caminhou, e percebeu no capô de um carro branco, um gato morto e ensanguentado estava exposto, e abaixo escrito a sangue fresco.

ISSO É O QUE ACONTECE COM QUEM É MÁ, SOPHIE, VÁ SE LIMPAR!

No entanto, a menina respirou fundo, tentou se controlar, afinal de contas, estava feliz. Mas as pessoas começaram a rir.

Estão rindo dela novamente.

E quando ela pensou em explodir. Tony, aparece do seu lado e a abraça, seu coração aquieta. Respirou fundo. E todos, digo, todos olharam perplexos, paranoicos, encabulados e boquiabertos a cena.

-Eu disse que ninguém mais, vai rir de você, não disse? – Falou Tony com o seu hálito refrescante no ouvido de Sophie.

A menina deu um sorriso de lado. E ao longe viu o odio de Kate.

Foi o dia de aula que Sophie nunca pensou que teria na vida. Depois, no final da aula, Tony a levou para casa.

Agora faltava apenas uma noite para o baile.

11 

Sophie entrou em casa, e nem deu moral para a mãe, que segurava um crucifixo com terço entrelaçado, e rezava o pai nosso.

A noite do baile iria cair em uma sexta-feira 13, e o tema escolhido era nada mais do que Noite Macabra, não era para as pessoas virem com máscaras do Freddy Gruger, ou do Jigsaw ,muito menos de Mike Mayers. Contanto que viessem de preto ou vermelho.

Sophie não sabia dessas exigências, e fez um vestido branco, porém deslumbrante.

E enquanto isso na casa de Kate…

-Olha, mesmo que o Tony, não saiba do que a gente está planejando, ele vai ser a nossa isca ainda, a Carol vai levar o André até a fazenda de seus avós, lá voces pegam o nosso brinquedinho. Certo? – Ordenou Kate.

-Certo.

-E, Ana, Gabriela, vocês irão manipular o resultado do baile. Ok?

-Tudo bem – responderam concordando.

-E eu e Sheron, vamos cuidar de terminar o trabalho – e Kate olhou para mim – Certo, Sheron?

-S.sim, tudo bem.

-Ótimo, aquela vadia não perde por esperar. Ela vai ter a noite mais incrível da vida dela!

Naquela noite, Kate e sua turma deram inicio ao seu plano enquanto Sophie dormia tranquilamente.

Próxima semana, no Clube do Medo:

Tony, ainda pensativo, pegou delicadamente na mão de Sophie e a levou até o palco. Lá, uma fileira de rosas foram entregues a eles, uma coroa fora colocada na cabeça de cada um, um cetro foi dado á Tony, e um buquê de flores á Sophie, que sorria mais do que ninguém. E então o Dj, soltou a música. E os dois se olharam. Mas foi nesse momento em que veio na cabeça de Tony um pensamento.

 -Não se apegue as coisas tão fácil, a qualquer hora você pode perdê-la.

-Não sei o que Kate quer fazer mas temos que obedecer.

Esses e outros pensamentos invadiram sua mente, e ele sentiu uma gota de algo respingar em seu nariz. Certificou do que era, e percebeu que era sangue.

SHOPHIE, A PARANORMAL (PARTE FINAL)

PRÓXIMO SÁBADO NO CLUB+TV

Hoje, não perca, a segunda parte de “Sophie, a paranormal”

Clube do Medo

Quando Sophie está com raiva, coisas estranhas começam a acontecer…

A luz no teto soltou faíscas, explodindo.

Coisas que podem machucar…

O menino voou longe, seu corpo foi arremessado com uma força brusca para um muro.

Ela é humilhada dia após dia…

“Soca a rolha, Sophie!”

E as garotas que a humilharam são punidas…

“Nenhuma de vocês irá ao baile!”

Porém, essa punição pode virar o maior castigo da vida de Sophie…

Aquela vadia não perde por esperar!”

 

CLUBE DO MEDO – SOPHIE, A PARANORMAL

NESTE SÁBADO ÀS 22H30 NO CLUB +TV