
O diretor geral da Rede Globo, Octávio Florisbal fez interessantes revelações numa entrevista feita para o jornal Estadão que foi publicada nessa segunda (13).
Na entrevista feita pela jornalista Cristina Padiglione, o diretor fez revelações sobre a visão
da Globo sobre a audiência, além de novos investimentos da emissora carioca.
Na entrevista ele revelou que nao pretende lançar conteúdos da Globo em operadoras de vídeos sob demanda, pois valoriza ainda mais o conteúdo da televisão ao vivo e isso poderia deixar que o público assista a emissora para acompanhar programas gravados depois de serem exibidos.
“A questão de você assistir à TV time shifting, como eles dizem nos EUA, que é gravar para ver depois, vai criando um hábito de não mais precisar chegar em casa para ver a novela, você assiste depois. Isso, com o tempo, vai corroendo a audiência.” justificou.
Em relação sobre “Avenida Brasil” e “Cheias de charme” ele afirmou que tudo foram resultados de estudos antropológicos, isto é, estudos que relatam o modo de vida de cada espectador.
E uma emissora que se focava mais na elite, passou a olhar mais o modo popular nas novas classes sociais e assim adquiriu o sucesso.
“No passado, eles miravam muito a classe superior. Agora eles têm um desejo de ascensão, de mobilidade social, mas são muito orgulhosos da posição que conquistaram: não querem sair do bairro onde estão, querem ser reconhecidos ali. É algo que essas novelas conseguiram captar.
”
Sobre a queda de audiência da emissora durante os anos ele demonstrou preocupação e que sempre a emissora tem feitos estudos e pesquisas: “(…) somos neuróticos. Temos duas reuniões por semana, de programação, conteúdo, e a gente fica mapeando tudo.” relatou.
Mas foi específico ressaltando que a forma de medição de audiência mudou ao longo dos anos:
“Se você olhar assim, tem uma perda percentual, mas, hoje, os 18 pontos são muito mais telespectadores do que os 21 de 1997, porque hoje há 55 milhões de domicílios vendo TV e lá havia 35 milhões.”
Henrique Oliveira